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Andaluzia - Parte VII - Sul da Espanha - 2009

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 7 de jun. de 2021
  • 14 min de leitura

Atualizado: 12 de jun. de 2021


Vista de Málaga a partir do Monte Gibralfaro; em destaque, dominando um parque ajardinado, a Casa Consistorial de Málaga (sede do Ayuntamiento da cidade), e, na sequência, o Porto local. Málaga, Província de mesmo nome, Andaluzia, Espanha.


a - Málaga


Málaga é a segunda maior cidade da Andaluzia.


Os fenícios de Tiro, no século VIII a.C., fundaram, no lugar, uma colônia conhecida como Malaka, atraídos pelo seu porto natural ao pé do monte Gibralfaro e pela grande quantidade de minas de prata e cobre.


Depois da conquista dos territórios fenícios pelos babilônios, Malaka, por volta de 573 a.C., passou a ser governada pelos cartagineses até 218 a.C., quando os romanos a conquistaram após as guerras púnicas, passando a chamá-la Malaca.


No início do século VIII, foi ocupada por tropas muçulmanas comandadas por Abd al-Aziz ibn Musa, adotando o nome atual; tornou-se uma cidade florescente, rodeada por muralhas junto aos quais estavam assentados os bairros dos comerciantes genoveses e as juderías.


Nessa época, os islâmicos construíram, nas encostas e no alto do Monte Gibralfaro, duas edificações das quais são mantidas algumas partes até hoje: a Alcazaba e o Castillo de Gibralfaro.


Em 1487, os Reis Católicos conquistaram Málaga, após um episódio sangrento na guerra final contra o Reino Nacérida de Granada. O sítio da cidade durou cerca de 6 meses, com corte da provisão de alimentos. Málaga se rendeu em 18 de agosto daquele ano. A população foi castigada com escravidão e pena de morte.


A Alcazaba de Málaga (palácio-fortaleza), erguida pelos islâmicos aos pés do Monte Gibralfaro, por volta do século XI, foi incorporada ao Reino Nacérida de Granada, em 1279. Passou às mãos dos cristãos, após a tomada da cidade pelos Reis Católicos.


Já o Castillo de Gibralfaro foi construído inicialmente como fortaleza, no século X, sobre as ruínas de antiga fortificação dos fenícios, por determinação do califa omíada Abd Al-Rahman III. Por volta de 1340, Yusuf I (1333-1354), da dinastia Nacérida, ampliou-a, transformando-a em alcázar. Era uma das mais inexpugnáveis da península ibérica, em razão das suas duas linhas de muralha e oito torres. A muralha exterior se une com a "couraça", muros em ziguezague que ligam o Castillo com a Alcazaba. Já a muralha interior permite fazer o caminho de ronda por todo o perímetro da fortaleza.



Alcazaba de Málaga, vista do Castillo de Gibralfaro; na sequência, a Catedral Basílica de la Encarnación. Málaga, Província de mesmo nome, Andaluzia, Espanha.



Muralhas do Castillo de Gibralfaro, vistas a partir do interior do palácio-fortaleza. Málaga, Província de mesmo nome, Andaluzia, Espanha.


O edifício da Casa Consistorial de Málaga, em estilo neobarroco com detalhes modernistas, sede do Ayuntamiento (prefeitura), teve sua construção iniciada em 1911 e durou até 1919, sendo um projeto dos arquitetos locais Fernando Guerrero Stracha e Manuel Rivera Vera.


Fica localizado no Paseo del Parque, rodeado pelos Jardines de Puerta Oscura e Jardines de Pedro Luis Alonso; apresenta uma planta retangular em cujo centro tem um pátio porticado com pilares retangulares e arcos de meio ponto.



Casa Consistorial de Málaga (Ayuntamiento); à frente do prédio, temos os Jardines de Pedro Luis Alonso. Málaga, Província de mesmo nome, Andaluzia, Espanha.



Vista de Málaga, a partir do Castillo de Gibralfaro, em destaque, a Plaza de Toros de La Malagueta. Málaga, Província de mesmo nome, Andaluzia, Espanha.


Málaga é a terra natal de Pablo Picasso (1881-1973), um dos maiores pintores e escultores do século XIX; filho de família burguesa, já demonstrava, ainda criança, sua inclinação para as artes pictóricas; em Barcelona, estudou na Escuela de Bellas Artes, realizando, inicialmente, obras no estilo academicismo; mas, com o passar dos anos, ele vai seguindo sua inclinação pela vanguarda, criando, na companhia do pintor e escultor francês Georges Braque, o movimento cubista, basicamente uma pintura composta por "pequenos cubos" e figuras geométricas. Suas obras mais famosas, dentre outras: Guernica (1937); Les Demoiselles d’Avignon (1907), Autorretrato (1907), Banhista Sentada (1930), Dora Maar com Gato (1937) e Three Musicians (1921).



Woman in an Armchair (Mulher em uma Poltrona), 1916, exemplo de pintura cubista de Pablo Picasso; acervo do museu Art Institute Chicago (c. 2018 Estate of Pablo Picasso / Artists Rights Society (ARS), New York).


Agora, em direção a Marbella.


b - Marbella


Marbella, a localidade mais elegante da Costa del Sol, é um dos centros de veraneio mais exclusivos da Europa. O clima excelente faz desse extenso município um lugar diferenciado durante o ano todo; no inverno, por exemplo, a atração maior é a prática de golfe, que pode ser desfrutada nos seus cerca de 21 campos; além disso, o lugar tem quatro portos esportivos - Banús, Marbella, Deportivo de Marbella e de Cabopino -, bem como clubes para a prática de equitação, tênis, voos de ultraleves e numerosos ginásios. No verão, são 24 praias em 27 quilômetros de litoral, dentre elas: a nudista Playa de Artola ou Cabopino, Playa de Venus, Playa La Fontanilla, Playa de Puente Romano, Playa del Faro, Playa del Cable e Playa de Funny Beach. A praia de Marbella mais frequentada pelos famosos e pessoas de alto poder aquisitivo é a de Puerto Banús, cujas festas noturnas são muito concorridas.


Em meados dos anos 1970, poderosos empresários e membros das casas reais do Oriente Médio passaram a mostrar interesse por Marbella. O herdeiro do trono saudita Fahd bin Abdulaziz proporcionou a construção do palácio Mar-Mar na Milla de Oro; em 1981, ele e seu irmão Salmán bin Abdulaziz, atual rei da Arábia Saudita, ergueram a Mesquita de Marbella. Durante esses anos, os petrodólares das famílias bilionárias do Líbano, Kuwait, Líbia e Síria proporcionaram investimentos imobiliários no lugar, aumentando a frequências de turistas de luxo do Oriente Médio.


Famosos que tiveram ou têm imóveis em Marbella: o presidente russo Vladimir Putin; o jogador português de futebol Cristiano Ronaldo; o apresentador de televisão britânico Simon Cowell; a atriz norte-americana Eva Longoria; o cantor espanhol Julio Iglesias; e o ator espanhol Antonio Banderas.


Parte da famosa minissérie da Netflix "O Inocente" se passa em Marbella, particularmente no clube adulto (strip club) "El Paraíso", onde as garotas se apresentam praticando pole dance.


Como a Espanha faz parte da União Europeia, normalmente o território é servido por autopistas de velocidade, conhecidas como "A" e um dígito. Nós cruzamos Marbella em 29 de junho de 2009, no início do verão; a autopista que passa no entorno da cidade, a AP-7 (Autopista del Mediterráneo), com três faixas em cada mão de direção, estava engarrafada em razão da excessiva quantidade de veículos circulando; certamente, grande parte dos carros era de turistas, como nós.



Marina Marbella, que presta serviços de aluguel de lanchas e iates, inclusive tripulados, localizada no Puerto Pesquero, s/n, Marbella, Província de Málaga, Costa del Sol, Andaluzia, Espanha.




Playa del Cable, praia urbana de Marbella, na costa do Mar Mediterrâneo, Província de Málaga, Costa del Sol, Andaluzia, Espanha.




Belo condomínio de Marbella, Província de Málaga, Costa del Sol, Andaluzia, Espanha.




Município de Marbella, iniciando a subida para Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Balcão do Bar e Restaurante El Navasillo (também conhecido como Venta El Navasillo); uma parada na estrada para um refresco; carretera Ronda a San Pedro de Alcántara (A-397), km 11.5, Parauta, Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Venta El Navasillo (bar, restaurante, pensão), quase na entrada do Parque Natural Sierra de las Nieves, Km 11,,5 da A-397, Parauta, Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


c - Ronda


O local foi ocupado, antes da chegada dos romanos, pelos celtas, que o chamaram de Arunda, e depois pelos fenícios. Os romanos o dominaram no século III a.C. e fundaram uma cidade na posição atual com o nome Ronda; com a derrocada do Império Romano, a povoação fez parte do Reino Visigodo até cair, em 713, nas mãos dos muçulmanos, sem apresentar batalha.


Durante o período muçulmano, após a desintegração do Califado de Córdoba, Ronda chegou a ser sede de um reino islâmico independente: a Taifa de Ronda.


Finalmente, em 1485, Ronda, após prolongado cerco, é conquistada pelos cristãos, sob o comando de Fernando II de Aragão, o Católico.


Várias personalidades mundiais passaram algum tempo em Ronda: os escritores norte-americanos Ernest Hemingway e Paul Bowles, o romancista irlandês James Joyce, o escritor, ensaísta e historiador norte-americano Washington Irving, o poeta alemão Rainer Maria Rilke.


Por fim, um dos maiores cineastas de todos os tempos, o norte-americano Orson Welles, o formulador e diretor da obra-prima "Cidadão Kane", desejou que suas cinzas repousassem no município de Ronda, especificamente na propriedade rural "El Recreo" do seu amigo Antonio Ordóñez Araujo, toureiro espanhol.


Ronda fica em um planalto conhecido como depressão de Ronda por conta das montanhas que a rodeiam. Esse planalto, na altura da mancha urbana, é cortado por uma garganta escavada pelo rio Guadalevín, que chega a atingir 120 metros de profundidade, para a qual os edifícios do centro histórico estão voltados, o que confere à cidade uma panorâmica pitoresca: algumas de suas casas se sustentam sobre os penhascos, desafiando a gravidade.


A cornija do desfiladeiro e a ponte que a guarda são a marca registrada de Ronda


Para se apreciar o vale e a boca da garganta que fende a cidade, nós fomos ao Mirador de la Sevillana, também conhecido como "el Balcón del Coño“.


A depressão vista do planalto onde se assenta Ronda (a partir do Mirador de la Sevillana) Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Os penhascos do planalto e, em frente, a boca da garganta do rio Guadalevín, a partir do Mirador la Sevillana, Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


A Puente Nuevo é que faz a ligação entre as partes da cidade que estão separadas pela profunda garganta do rio Guadalevín. Planejada a partir de 1751, mas com as obras iniciadas somente em 1759, sua construção se deu por concluída em 1793. Até 1838, foi a ponte mais alta do mundo, com 98 metros. Na sua realização, vários mestres se sucederam, sendo o mais destacado José Martín de Aldehuela, que finalizou a obra, culminando com sua inauguração em maio de 1793. Pode-se dizer que é uma proeza da engenharia do século XVIII.


Além de sua importância como feito histórico da engenharia, o conjunto que ela forma com o desfiladeiro é de um grande impacto cênico. Tanto que algumas produções a utilizaram em cenas, ou se inspiraram nela, como o caso de um desenho animado.


Por exemplo, a série da Netflix Warrior Nun (A Monja Guerreira), que teve sua estreia em 2020, no episódio seis, apresenta magníficas vistas do desfiladeiro do rio Guadalevín e da Puente Nuevo.


Até a Rede Globo de Televisão se serviu do magnífico cenário em algumas cenas da novela "Deus Salve o Rei", exibida em 2018: a Ponte Nova aparece no folhetim televisivo como a entrada do castelo de Montemor.


Por fim, na animação para cinema "Ferdinand" (O Touro Ferdinando), do diretor brasileiro Carlos Saldanha (também de "Rio" e "A Era do Gelo), que estreou nos Estados Unidos no final de 2017, em algumas cenas aparece a Puente Nuevo.



A Puente Nuevo, a partir do Mirador de Aldehuela: construída com blocos de pedra lavrados, a ponte apresenta um arco central de meio ponto apoiado em outro menor, sob o qual passa o rio Guadalevín; na parte superior, há dependências que, no passado, foram usadas como prisão, em cujas laterais se abrem outros dois arcos, também de meio ponto, que sustentam a estrutura que suporta a rua; posteriormente, funcionou como pousada e, atualmente, é um centro de interpretação do meio-ambiente e da história da cidade. Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Vista dos edifícios debruçados sobre o penhasco da garganta do rio Guadalevín, a partir do Mirador de Aldehuela. Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


Diz-se que tourear em Ronda é o sonho de todo aspirante a matador. Isso porque Ronda é considerada o berço das touradas modernas (toureiro no chão, frente a frente com o touro), regras formuladas pelo toureiro Pedro Romero, no século XVIII, as chamadas el arte del toreo a pie. Saliente-se que o seu avó, Francisco Romero, em 1726, foi o primeiro que desceu do cavalo e enfrentou um touro a pé, fato que ocorreu em Ronda.


Diz a tradição que Pedro Romero se aposentou das touradas após estoquear mais de 5.000 touros, sem receber o mínimo arranhão. Pedro conseguiu, dentro da Espanha, que seu ofício alcançasse respeito e fama na sociedade, tanto que ele e seu irmão José foram retratados pelo grande pintor aragonês Francisco de Goya.



Monumento ao toureiro Pedro Romero, na Alameda del Tajo, obra do escultor Vicente Bolós, datada de 1957, presidindo o bonito passeio. Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


Pensando na defesa do território andaluz, Felipe II da Espanha criou, em 1572, a Real Maestranza de Caballería de Ronda, para que seus homens estivessem treinados no manejo dos cavalos de batalha. Com essa finalidade, reservou-se um espaço na cidade para exercícios equestres, dentre os quais, como era tradição na Península Ibérica desde a Idade Média, os jogos de destreza envolvendo touros. A forma feroz com que esses animais se lançavam contra o conjunto cavalo-ginete servia de um precioso treinamento aos cavaleiros, bem como se convertia em espetáculo para a população.


Como já dito acima, no século XVIII, surge, na tauromaquia de Ronda, a família Romero, e o fundador da dinastia inova ao enfrentar o touro a pé e, a partir dele, essa forma de tourada vai tomando relevo.


Com a crescente importância da tauromaquia na Espanha, começam-se a criar no território espanhol espaços exclusivos para isso, conhecidos como plaza de toros. Uma das mais antigas é a Plaza de Toros de Ronda, projeto de Martín de Aldehuela, com obras iniciadas em 1780 e concluídas em 1785. Até hoje essa praça de touros pertence à Real Maestranza de Caballería de Ronda.


Erguida com pedra arenítica, a Plaza de Toros de Ronda possui dupla galeria de arcadas, com as arquibancadas cobertas, assemelhando-se mais a um claustro do que a um lugar para espetáculos, recordando o pátio circular do famoso Palácio de Carlos V, em la Alhambra, Granada. A sua arena tem 66 metros de diâmetro, sendo uma das maiores do mundo. São dois andares de arquibancadas, cada piso com cinco degraus, 136 colunas toscanas formando 68 arcos, com exceção do Palco Real.


No século XX, surge uma segunda dinastia de toureiros em Ronda, os Ordóñez. Cayetano Ordóñez, El Niño de la Palma (1904-1961), e seu filho Antonio (1932-1998) chamaram atenção por sua forma de tourear, despertando o interesse de personalidades internacionais como o escritor Ernest Hemingway e o cineasta Orson Wells.



Monumento ao toureiro Cayetano Ordóñez, do escultor Nicomedes Díaz Piquero, inaugurada em 1996; à direita, a Puerta del Picadero de la Real Maestranza de Caballería (arco de meio ponto, frontão com volutas, arrematado com pináculos), da Plaza de Toros de Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


O portal principal da Plaza de Toros de Ronda é obra do mestre canteiro local Juan de Lamas e foi terminada em 1788, três anos após a inauguração da praça. Foi construído com pedra arenítica e rosada proveniente das pedreiras próximas a Ronda. De estilo neoclássico, ainda apresenta ainda alguns heranças barrocas, visíveis no frontão que arremata a obra, com a inclusão do escudo da Espanha.


O frontão é sustentado por duas colunas toscanas de ordem gigante sobre pedestais de cantaria, que originalmente eram de uma peça só, mas que passaram a ser três para melhorar o encaixe na complicada tarefa de traslado do portal, em 1923, executado pelo mestre Gutiérrez, por necessidade urbanística.



Portal principal da Plaza de Toros de Ronda: o corpo inferior compreende a porta de acesso com arco de meio ponto sustentado em duas volutas muito simples apoiadas nos batentes laterais; estes têm, na parte superior, umas figuras em relevo representando toureiros com as monteras (chapéu de toureiro) da época e, mais acima, no apoio do entablamento, duas mísulas com laços, pequenas cártulas e golas; o corpo superior se compõe de uma porta menor, com lintel, flanqueada por pilastras com nervuras, arrematadas em duas mísulas esculpidas e, ao lado destas, um par de bucrânios em meio relevo (representação de crânio de boi); destaque no corpo superior o balcão de forja que é apoiado, na parte inferior, por duas varas muito adornadas, quase à maneira de banderillas de lujo. Há três figuras dentro de círculos: duas cabeças de touros em cada lado da silhueta de um cavaleiro segurando uma vara ou uma lança. O portal é arrematado com um frontão triangular interrompido, tendo no centro o escudo da Espanha, e, no topo, a bandeira do Batallón de la Real Maestranza, que participou das batalhas de Ocaña e Almonacid durante a Guerra da Independência Espanhola (1808-1814). Ronda, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


d - Pueblos Blancos


As aldeias e cidades no sul da Andaluzia que, ao invés de se estabeleceram nas planuras, onde seriam presas fáceis de assaltantes, foram construídas sobre serras são conhecidas como pueblos blancos, em razão da cor da cal que recobre seu casario, indubitável herança árabe.


Algatocín, fundada por berberes no século VIII, durante a ocupação muçulmana; em destaque, as casas brancas pintadas com cal. Pueblos Blancos, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Casa construída com pedras com paredes caiadas, Algatocín, Pueblos Blancos, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.



Aldeia de Algatocín vista do Mirador del Genal, Pueblos Blancos, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


Guacín é mais uma aldeia dos pueblos blancos de onde se contempla o Mediterrâneo, o Atlântico, o Rochedo de Gibraltar e as montanhas de Rif, situadas do outro lado do estreito, em Marrocos.


O Castillo del Águila de Gaucín se levanta sobre um promontório rochoso, a mais de 600 metros acima do nível do mar. As primeiras pedras da fortaleza são do período romano, mas foram os árabes que deram o perfil do castelo que ainda hoje se vê.



Gaucín, com suas casas de paredes brancas; em destaque, à esquerda, o Castillo del Águila, sobre o promontório rochoso. Pueblos Blancos, Província de Málaga, Andaluzia, Espanha.


Jimena de la Frontera deve seu primeiro nome aos islâmicos, que a denominaram Xemina, e o segundo vem da sua localização fronteiriça entre o Reino Nacérida de Granada e o de Castela, tendo, em razão dessa instabilidade, mudado de mãos entre muçulmanos e cristãos durante o século XV em algumas ocasiões.


Castillo de Jimena é uma construção árabe do século VIII, na qual, posteriormente, se realizaram obras no século XV.



Jimena de la Frontera; todas as casas com paredes brancas; em destaque, na parte mais elevada, o Castillo de Jimena. Pueblos Blancos, Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha.


Agora para Gibraltar.


e - Gibraltar


Gibraltar está situado em uma pequena península do extremo sul da Península Ibérica, sendo seu ponto mais famoso e característico o Rochedo de Gibraltar.


Na antiguidade, o Rochedo de Gibraltar era conhecido como Monte Calpe, uma das Colunas de Hércules, uma das pontas do estreito de mesmo nome.


A invasão muçulmana da Península Ibérica iniciou nas proximidades de Gibraltar (Jabal Tariq - Montanha de Táriq), com o desembarque das tropas berberes em 711, comandadas por Táriq ibn Ziyad e, em seguida, com sua vitória, na batalha do rio Guadalete, sobre o rei visigodo Rodrigo, no mesmo ano.


Os cristãos da Espanha tomaram definitivamente a península em 1462, porém, ao final da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1713), com o Tratado de Utrech, houve o reconhecimento do neto de Luís XIV, Felipe V, como rei da Espanha, ao tempo em que a Inglaterra, em troca da aceitação, recebeu a cessão dos territórios de Gibraltar e Menorca.


Por conta disso, Gibraltar, hoje, é território britânico de ultramar. Portanto, para nós entrarmos lá, houve necessidade da apresentação dos passaportes; outra singularidade é que, para alcançarmos a sede do território, tivemos que cruzar a pista do aeroporto, ou seja, aguardava-se um pouso ou uma decolagem de uma aeronave, para, então, sob comando, atravessá-la a pé ou de carro.



Pista do Aeroporto de Gibraltar, Território Britânico de Ultramar, Reino Unido.



Rochedo de Gibraltar, território britânico de ultramar. Reino Unido.


Um refresco em Algeciras


f - Algeciras


Algeciras está situada na baía de mesmo nome, em um posição altamente estratégica por achar-se no estreito de Gibraltar, ponto de contato entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo. Em razão disso, a cidade possui o porto marítimo com maior trânsito de mercadorias da Espanha.


A sua economia está baseada na sua posição de nó de comunicações com a África e as indústrias existentes no seu entorno. Seu porto é um dos de maior crescimento do mundo, particularmente no trânsito de contêineres.


O nome do local foi dado pelos primeiros muçulmanos que chegaram na Península Ibérica, em 711: "Al-Yazira al-Jadrā', isto é, "A Península Verde", referência às características da região, situada entre vários cursos d'água. Porém, desde muito cedo a cidade foi conhecida apenas como Al-Yazira.


O nome castelhano Algeciras surgiu da evolução do nome original árabe; a maioria das fontes escritas da Idade Média utilizavam topônimos com alguma semelhança ao atual: Algecira, Alxecira ou Aljacira.


Uma das praias mais frequentadas de Algeciras é a Playa de Getares, com seus condomínios de muros brancos. Nós aproveitamos as suas águas calmas para entrar pela primeira vez no mar Mediterrâneo.



Condomínios na Playa de Getares, com seu casario com muros brancos. Algeciras, Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha.



Condomínios na Playa de Getares, com seu casario com muros brancos. Algeciras, Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha.



Playa de Getares, à esquerda, a Torre del Centenario, na Punta de San García; à direita, Rochedo de Gibraltar. Algeciras, Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha.


Dirigimo-nos ao estreito de Gibraltar, a entrada do mar Mediterrâneo; na altura da Cala Fuerte, nós paramos para observar a natureza exuberante da costa dos Cerros del Estrecho, entre as ruínas de um antigo quartel da Guarda Civil e a Punta del Fraile.


Na primeira visada, temos as ruínas do Antiguo Cuartel Las Cañadas, da Guarda Civil; na sequência, Cala del Peral, Punta de la Tía Abelica, Punta Chorlito, Cala Arenas e Punta del Fraile.


Na encosta da Punta del Fraile, foi construída, com o projeto de Luis Bravo de Laguna e Juan Pedro Livadote, em 1588, a Torre del Fraile ou Torre de los Canutos, que fazia parte do sistema de torres de vigia criado na costa do estreito de Gibraltar para controlar a passagem de mercadorias e de piratas berberes.


Cala Fuerte, de onde vemos as ruínas do Antiguo Cuartel Las Cañadas da Guarda Civil Espanhola, e, ao fundo, à direita, a Punta del Fraile com Torre del Fraile na sua encosta. Algeciras, Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha.


Daqui seguimos para Tarifa; mas aí é outro post.



Fontes: Wikipedia e "España" Guías Visuales, DK El Pais Aguilar, Octava edición, Santillana Ediciones Generales, S. I. Madrid, 2011.











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