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Gênova - Parte II - Norte da Itália - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 2 de mar. de 2024
  • 13 min de leitura

Atualizado: 1 de mai. de 2024


Fachada do Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi; o revestimento da fachada é composto do rosa da pedra Finale e do branco do mármore de Carrara; as janelas do andar térreo são ladeadas por pilastras rústicas salientes, enquanto as do piso superior, por pilastras dóricas; as janelas são cobertas por máscaras com caretas animalescas. Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


Gênova


Na sequência do nosso post Gênova - Parte I, continuamos nossa visita, agora pelos Palazzi dei Rolli.


Os Rolli de Gênova, oficialmente chamados Rolli degli alloggiamenti pubblici di Genova na época de "La Superba", eram as listas das esplêndidas residências de famílias nobres que aspiravam a acolher altas personalidades em trânsito por Gênova por ocasião de visitas de Estado à antiga república.


Nas épocas posteriores, esses grandes palácios acolheram importantes viajantes, atores, pessoas famosas, que incluíam a capital da Ligúria nos seus passeios culturais, econômicos ou turísticos.


Quarenta e dois desses palácios inscritos nos Rolli di Genova tornaram-se Patrimônio Mundial pela UNESCO em 13 de julho de 2006.


Começamos pelo Palazzo Doria-Spinola ou di Antonio Doria, localizado entre a Piazza Giuseppe Mazzini e o Largo Eros Lanfranco.


Foi construído entre 1541 e 1543, isolado dos demais palácios, próximo ao portão Acquasola, para o almirante Antonio Doria, marquês de Santo Stefano d'Aveto e parente do famoso Andrea Doria; em 1624 o palácio passou para os Spinolas que o mantiveram até o século XX. Provavelmente o edifício foi projetado por Bernardino Cantone, em possível colaboração com Giovan Battista Castello.


No século XVII, o arquiteto Bartolomeo Bianco construiu uma galeria a leste (posteriormente com afrescos de Andrea Ansaldo), além de acrescentar balaustradas de mármore na fachada principal. Entre 1791 e 1797, acrescentou-se um andar ao prédio.


Vendido em 1876 à Prefeitura, que posteriormente o vendeu à Província (atualmente, Cidade Metropolitana de Gênova), sofreu múltiplas adaptações para utilização como escritórios.


Os afrescos do século XVI na fachada, obra dos irmãos Lazzaro e Pantaleo Calvi, foram restaurados em 2001.


O palácio hoje é sede da Prefeitura e da Cidade Metropolitana de Gênova, podendo ser visitado nos espaços de recepção.




Palazzo Doria-Spinola ou di Antonio Doria, erguido na primeira metade do século XVI, atual sede da Prefeitura e da Cidade Metropolitana de Gênova. Largo Lanfranco, 1, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


Em seguida, nos dirigimos à Via Garibaldi, antiga Strada Nuova, onde nos deparamos com o Palazzo Angelo Giovanni Spinola ou Palazzo Doria.


Iniciado em 1558 por Angelo Giovanni Spinola, embaixador da República de Gênova na Espanha e banqueiro de Carlos V de Habsburgo, imperador do Sacro Império Romano-Germânico (Carlos I, rei da Espanha), e concluído em 1576, sob seu filho Giulio.


Giulio foi responsável pela escavação de parte do morro posterior, por volta de 1580, o que permitiu a ampliação do pátio e do jardim. O autor do projeto foi o arquiteto Bernardino Cantone da Cabbio (outros atribuem ao arquiteto Giovanni Ponzello). Desde o início do século XX, passou a abrigar escritórios bancários.


O palácio tem uma fachada que mal permite ver os afrescos dos irmãos Lazzaro e Pantaleo Calvi, com quem Lazzaro Tavarone talvez tenha colaborado. Tanto na fachada como nos afrescos do átrio, os Calvi quiseram celebrar os seus clientes: os vários membros da família nobre aparecem vestidos como líderes romanos, numa clara alusão ao valor e à grandeza da linhagem.


Alcançando os andares superiores por meio de uma bela escadaria com afrescos "grotescos", encontramos pinturas de Andrea Semino, Bernardo Castello e Lazzaro Tavarone. Em particular, um afresco, atribuído a Andrea Semino, preserva a preciosa imagem do palácio tal como era na sua origem, visto da encosta da montanha: graças a ele pode-se compreender a forma original de "construir na encosta", adotada pelos arquitetos da Strada Nuova.


Para a construção destes edifícios foi necessário ultrapassar as dificuldades colocadas pelo terreno acidentado que descia rapidamente da colina para o vale. A criação de escadarias internas monumentais e espetaculares jardins em terraços externos permitiram superar o problema de forma brilhante e inovadora.


Hoje, no edifício funciona uma sede do Deutsche Bank em Gênova.




Palazzo Angelo Giovanni Spinola ou Palazzo Doria, erguido na segunda metade do século XVI, com afrescos pintados na fachada atribuídos aos irmãos Calvi com colaboração de Lazzaro Tavarone, atualmente ocupado por uma das sedes do Deutsche Bank. Via Garibaldi, 5, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Portal de entrada do Palazzo Angelo Giovanni Spinola ou Palazzo Doria. Via Garibaldi, 5, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Átrio do Palazzo Angelo Giovanni Spinola ou Palazzo Doria, afrescos atribuídos aos irmãos Calvi. Via Garibaldi, 5, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




O teto do átrio do Palazzo Angelo Giovanni Spinola ou Palazzo Doria, uma abóbada de pavilhão com lunetas de base quadrada, decorada com um extraordinário afresco central octogonal representando a Battaglia di Gherardo Spinola contro i Fiorentini (Batalha de Gherardo Spinola contra os florentinos), obra atribuída a Marco Antonio, Aurelio e Felice Calvi; Gherardo Spinola e seus comandados representados com vestimentas romanas. Via Garibaldi, 5, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


Ainda na Via Garibaldi, número 7, nos maravilhamos com o Palazzo Podestà ou Palazzo di Nicolosio Lomellini.


Foi construído entre 1559 e 1565 (ou 1563 e 1569) por Giovanni Battista Castello, conhecido como Bergamasco, e por Bernardino Cantone a mando de Nicolosio Lomellino, membro de uma família em plena ascendência econômica e política. No início do século XVII a propriedade passou para a família Centurione, que realizou uma reforma interna, depois para os Pallavicini, os Raggi e finalmente para Andrea Podestà, prefeito de Gênova várias vezes entre 1866 e 1895.


A fachada, onde se percebe a forte presença de Bergamasco, é animada por uma rica decoração em estuque, com hermas andróginas aladas, sustentando a moldura do cordão no térreo; fitas e cortinas sustentando, no primeiro andar, troféus de armas; guirlandas e máscaras coroando as janelas, com figuras clássicas dentro de medalhões ovais, na segunda, composições atribuídas ao estucador Marcello Sparzo.


Mesmo na festiva decoração em estuque do átrio oval, a intervenção de Bergamasco é evidente, pois soube introduzir em Gênova as sugestões da mais atualizada cultura maneirista.


O pátio aberto é delimitado lateralmente pelas alas traseiras do palácio, enquanto os terraços dão para um grandioso ninfeu (local das ninfas, uma "gruta" com plantas, flores, esculturas, fontes e pinturas), construído no século XVIII com base num projeto de Domenico Parodi. Um jardim abre-se para a montanha, construído aproveitando a encosta da colina atrás.




Palazzo Podestà ou di Nicolosio Lomellini, com sua decoração em estuque; destaque para as hermas aladas, na fachada do térreo; e as fitas e cortinas sustentando os troféus de armas, na do primeiro andar. Via Garibaldi, 7, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Ninfeu ("gruta" com plantas, flores, esculturas, fontes e pinturas), tendo, nas colunas, a representação de dois tritões gigantescos sustentando o passadiço abalaustrado. Palazzo Podestà ou di Nicolosio Lomellini, Via Garibaldi, 7, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Relevo em estuque no átrio elíptico do palácio representando um guerreiro ou autoridade de acordo com os modelos iconográficos mais antigos (trajes da Grécia ou Roma antiga?), possivelmente obra do estucador Marcello Sparzo. Palazzo Podestà ou di Nicolosio Lomellini, Via Garibaldi, 7, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Relevo em estuque no átrio oval do palácio representando guerreiros de acordo com os modelos iconográficos mais antigos (trajes da Grécia ou Roma antiga?); nos lados do medalhão em estuque e abaixo, duas hermas com capitéis jônicos. Palazzo Podestà ou di Nicolosio Lomellini, Via Garibaldi, 7, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


Em seguida, visitamos o Palazzo Doria-Tursi ou Niccolò Grimaldi na Via Garibaldi, número 9.


O palácio foi construído a partir de 1565 por Domenico e Giovanni Ponzello para Niccolò Grimaldi, apelidado de "o Monarca" pela quantidade de títulos nobres de que podia se orgulhar, e aos quais somou os inúmeros créditos que tinha para com Filipe II, rei da Espanha, de quem era o principal banqueiro. É o edifício mais majestoso da rua, o único construído em três lotes de terreno, com dois grandes jardins enquadrando o corpo central. As grandes loggias com vista para a rua foram acrescentadas em 1597, após o palácio ter passado, em 1596, a ser propriedade de Giovanni Andrea Doria, que o adquiriu para o seu filho cadete (filho não primogênito do sexo masculino de uma família aristocrática) Carlo, duque de Tursi, a quem devemos o seu nome atual. Desde 1848 é sede do município genovês.


A fachada é caracterizada pela alternância de diferentes materiais coloridos, alguns preciosos: o rosa da pedra Finale, o cinza-preto da ardósia, o branco do precioso mármore de Carrara. A fachada principal é constituída por duas ordens sobrepostas.


O mezanino acima do grande pedestal alterna janelas de desenho original com pilastras rústicas salientes substituídas, no andar superior, por pilastras dóricas. Máscaras com caretas animalescas cobrem as janelas de ambos os andares, contribuindo para a representação plástica da fachada.


O portal de mármore é coroado pelo brasão de Gênova.


Particularmente inovadora é a nova e engenhosa solução arquitetônica que, com a sucessão de espaços internos - átrio, escadaria, pátio retangular elevado acima do pórtico e escadaria de duplo lance - cria um maravilhoso jogo de luzes e perspectivas. O palácio representa o culminar do esplendor residencial da aristocracia genovesa, como evidenciado pelas decorações internas, pelas pinturas, em parte da coleção do museu do Palazzo Bianco ou no interior da sala de recepção com afrescos e pinturas.


O palácio faz parte do complexo museológico genovês, conhecido como Musei di Strada Nuova (Palácios Rosso, Bianco e Tursi) e abriga as últimas salas da galeria do museu, ligado ao Palazzo Bianco, com pinturas genovesas dos séculos XVII e XVIII, a escultura "Madalena Penitente" de Antonio Canova, a coleção numismática e a de cerâmica do Município de Gênova.




Fachada do Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi; o revestimento da fachada é composto do rosa da pedra Finale e do branco do mármore de Carrara; as janelas do andar térreo são ladeadas por pilastras rústicas salientes, enquanto as do piso superior, por pilastras dóricas; as janelas são cobertas por máscaras com caretas animalescas. Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Portal com o nome "Municipio", encimado pelo brasão de Gênova. Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Pátio com duplo pórtico sustentando por colunas dóricas finalizadas por arcos, criando um jogo de luzes e perspectivas. Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




No primeiro lance da escadaria, a estátua de mármore de Giuseppe Mazzini, filho de Gênova e um dos grandes heróis do Risorgimento italiano, obra do escultor Santo Saccomanno por encomenda de Luigi Roggero e doada à cidade em 1872. Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


Podemos visitar, também, no segundo andar a Sala Paganiniana, em homenagem ao lendário compositor, violonista e violinista genovês Niccolò Paganini, grande expoente do romantismo musical.


Nascido em 1782 e falecido em 1840, Niccolò Paganini foi sem dúvida o maior violinista (virtuose) do século XIX. Ele era dotado de uma técnica extraordinária. e suas composições eram consideradas impossíveis de serem tocadas por outra pessoa. Ele era muito rápido, dava saltos melódicos de várias oitavas, executava passos longos com acordes que cobriam as quatro cordas e alternava rapidamente notas tocadas com o arco e notas dedilhadas com a mão esquerda. Ele também executou harmônicos artificiais misteriosos e fantasmagóricos.


Em 1805, Paganini foi nomeado no Principado de Luca e Piombino, criado por Napoleão Bonaparte naquele ano, primeiro violinista e diretor de orquestra da corte dos príncipes Felice Bacciochi e Elisa Bonaparte Bacciochi, irmã de Napoleão, cargo que ocupou até 1813. Em Luca, Paganini dedicou-se à composição, como a obra "Cena Amorosa para Duas Cordas", e ao aprimoramento das técnicas de violino, além de se ocupar, segundo a lenda que o perseguiu por toda a vida, de uma de suas grandes paixões: seu amor pelas mulheres; a outra, o jogo, o fez perder grande parte de sua fortuna.


O mito de Paganini, que foi sendo tecido ao longo dos anos, se consagraria na famosa turnê realizada na Europa entre os anos de 1828 e 1834. Entre os artistas que puderam admirar sua arte estavam Liszt, Chopin, Schumann, Goethe, entre outros.


Ainda hoje a sua figura está rodeada de lendas ligadas ao seu gênio prodigioso (algumas alimentadas pelo romantismo do século XIX) e ao alegado "pacto com o diabo", que teria firmado para se tornar famoso e obter uma habilidade ímpar com o violino, contribuindo assim para ser mitificado.

Na Sala Paganiniana estão preservados o violino predileto do artista, construído em 1743 pelo lutiê italiano Bartolomeo Giuseppe Guarneri, e que provavelmente foi doado a Paganini em 1802, conhecido como Cannone, e sua cópia, construída em 1834 pelo lutiê francês Jean-Baptiste Vuillaume, em Paris, para Paganini, tendo este a presenteado ao seu melhor discípulo, Camillo Sivori, além de outras recordações pertencentes ao mais famoso violinista italiano de todos os tempos.




Uma das portas da Sala Paganiniana, na qual se vê a reprodução da assinatura de Paganini. Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Retrato de Paganini", óleo sobre tela de 1834, realizado em Londres pelo pintor retratista britânico George Patten; o retrato, pintura a óleo sobre tela com moldura da época, traz assinatura e data no canto inferior direito. Sala Paganiniana, Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Desenho de "Paganini nas Funções de Regente, Violinista e Violonista", executado por volta de 1820, anônimo; a obra representa a única fonte iconográfica da época que retrata Paganini tocando violão; o instrumento em seus braços é semelhante aos primeiros violões Fabricatore de 1826. Sala Paganiniana, Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Violino conhecido como "Sivori", construído por Jean-Baptiste Vuillaume, em 1734, Paris, pertencente a Paganini e depois cedido a seu aluno Camillo Sivori. Sala Paganiniana, Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Violino conhecido como "Cannone", o preferido de Paganini, construído por Bartolomeo Giuseppe Guarnieri, dito "del Gesù", em 1743. Sala Paganiniana, Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Estojo para violino que pertenceu a Paganini. Sala Paganiniana, Palazzo Doria-Tursi ou Palazzo Niccolò Grimaldi, Via Garibaldi, 9, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


O Palazzo Bianco ou Palazzo di Luca Grimaldi está localizado na Via Garibaldi, número 11.


O Palazzo Bianco encontra-se no local de um edifício anterior erguido por Luca Grimaldi entre 1530 e 1540, antes da inauguração da Strada Nuova, com entrada pela subida de San Francesco.


Em 1658, o prédio passou a ser propriedade da família De Franchi, mas, em 1711, foi adquirido por Maria Durazzo Brignole-Sale, já dona do Palazzo Rosso. A nova proprietária logo mandou reformar o palácio pelo arquiteto Giacomo Viano, que trabalhou nos projetos arquitetônicos de diversos edifícios do século XVI; Giacomo praticamente construiu um novo edifício, dando à residência um novo acesso pela Strada Nuova e estruturando o sistema átrio-escada-pátio de forma semelhante ao já existente em muitos dos edifícios da rua.


Pesadamente danificado pelos bombardeios de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o palácio foi reconstruído nas formas arquitetônicas do século XVIII e reaberto ao público em 1950


O Palazzo Bianco, que atualmente faz parte do complexo museológico genovês junto com os Palácios Rosso e Tursi, denominado Musei di Strada Nuova, é a principal galeria de arte da Ligúria, oferecendo um rico e detalhado corte transversal da escola de pintura da Ligúria do século XVI, bem como obras flamengas, espanholas e italianas. A nova ligação entre o Palazzo Bianco e o Palazzo Tursi atravessa o local onde existia a igreja do destruído convento de San Francesco di Castelletto, cujos vestígios podem ser vistos num contexto sugestivo e absolutamente único.


Não conseguimos fotografar a fachada do palácio em razão de esta, na ocasião, estar sendo restaurada em toda a sua extensão.




"Os Santos Lucas, Basílio, Agostinho e Antônio Abade com o Comitente Antonio Doria", óleo sobre madeira, século XVI, de autoria do pintor genovês Luca Cambiaso, proveniente da Chiesa di San Bartolomeo degli Armeni. Musei di Strada Nuova, Palazzo Bianco, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Ecce Homo", óleo sobre tela, provavelmente do século XVI, de autoria de Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio; como característico em Caravaggio, as luzes e as sombras da obra são carregadas de significados simbólicos, como a luz brilhante do corpo de Cristo, retratado na atitude resignada do Agnus Dei, contrasta com o preto da vestimenta de Pôncio Pilatos que reforça, até visualmente, o papel negativo do governador romano da Judeia como juiz. I caravaggeschi, Palazzo Bianco, Musei di Strada Nuova, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Salomé com a Cabeça de São João Batista", óleo sobre tela, do século XVII, de autoria de Matthias Stomer, pintor holandês ou flamengo (atual Bélgica). I caravaggeschi, Palazzo Bianco, Musei di Strada Nuova, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Santa Teresa em Glória", óleo sobre tela, do século XVII, provavelmente do final da década de 1620, de autoria de Bernardo Strozzi, dito Cappuccino; Santa Teresa d’Ávila, com o vestido preto das freiras carmelitas descalças, destaca-se no centro da pintura com os olhos voltados para o céu, enquanto de cima cai uma luz dourada que perfura as nuvens negras que a rodeiam. O triunfo dos anjos traz consigo os atributos que acompanham a Santa em sua glória: o livro aberto refere-se à sua atividade como escritora e a ter sido proclamada, juntamente com algumas outras mulheres, Doutora da Igreja; o dardo simboliza a flecha que fere seu coração, na qual está impresso o nome de Jesus, já que ela se autodenominava Teresa de Jesus. Bernardo Strozzi, Palazzo Bianco, Musei di Strada Nuova, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Santa Úrsula", óleo sobre tela, provavelmente pintada entre 1635 e 1640, de autoria do pintor espanhol Francisco de Zurbarán; a santa é representada com um realismo quase escultural, em posição solene e restrita num espaço indefinido, completamente vazio e escuro, onde, em contraste, os diamantes brincam com as cores das vestes suntuosamente drapeadas; o caráter religioso do retrato é revelado apenas pelo seu instrumento de martírio, ou seja, a flecha que segura na mão direita, e pela auréola, desenhada quase imperceptível em volta da cabeça da jovem; Úrsula, filha de um rei cristão bretão, foi morta em 383 quando, retornando de uma peregrinação a Roma, chegou a Colônia, atual Alemanha, onde conheceu o rei huno Átila que, apaixonado por sua beleza, a pediu em casamento e, após sua recusa, ele a matou a flechadas (ou degolada). Musei di Strada Nuova, Palazzo Bianco, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"São Francisco de Assis recebe do Anjo os Sete Privilégios", óleo sobre tela do século XVII, de autoria do pintor espanhol José de Ribera; obra doada em 1889 por Maria Brignole-Sale De Ferrari, Duquesa de Galliera. Musei di Strada Nuova, Palazzo Bianco, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




"Retrato de Dama Genovesa", óleo sobre tela, por volta de 1610, de autoria do pintor flamengo (atual Bélgica) Guilliam Van Deynen, doada por G. Ricci em 1892. Musei di Strada Nuova, Palazzo Bianco, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.




Retrato de Michelangelo Cambiaso, doge da República de Gênova de 1791 a 1793, óleo sobre tela de 1792, de autoria do pintor austríaco Anton Von Maron; na obra, estão presentes todos os elementos habituais do retrato dogal genovês: manto de arminho, vestido vermelho, cetro e coroa, assento, mesa "vestida", coluna, cortinas e tapete oriental. Atrás do doge, as personificações de Gênova e da Ligúria empenhadas em conversar, equilibram composicionalmente a imponente coluna e as cortinas que ocupam o quadrante oposto da obra e introduzem o fundo, onde se reconhece a Lanterna, símbolo da cidade. Musei di Strada Nuova, Palazzo Bianco/Palazzo Tursi, Via Garibaldi, 11, Gênova, Cidade Metropolitana de Gênova, Região da Ligúria, Itália.


No próximo post, continuamos nosso passeio pelos Palazzi dei Rolli de Gênova.


Fontes:


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.







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