top of page

Monreal (Renânia-Palatinado) e Colônia (Renânia do Norte-Vestfália) - Alemanha 2010

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 15 de fev. de 2023
  • 20 min de leitura

Fachwerkhaus (casas de enxaimel), na belíssima e bem conservada aldeia de Monreal, Eunice na ponte gótica tardia sobre o rio Elzbach, ao lado da Cruz do século XVII, rodeada por quatro leões de pedra. Distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.


1 - Monreal


Após os esplêndidos passeios realizados pelos vales do Reno e do Mosela, visitamos, ainda na Renânia-Palatinado, a bela e bem preservada sede do município de Monreal, atualmente com menos de 800 habitantes.


Para quem deseja conhecer uma autêntica aldeia alemã da região renano-palatina, Monreal certamente é uma das melhores opções; diversos prédios de cantaria gótica tardia (provavelmente século XV) e outros erguidos com a técnica construtiva Fachwerk (no Brasil, enxaimel), possivelmente do século XVII, ou seja, uma estrutura de madeira, articulada horizontal, vertical e diagonalmente, formando um rígido conjunto, com acabamento por meio de encaixe de caibros, e os espaços preenchidos por diversos materiais, como pedras ou taipa.


A primeira referência documental sobre o povoado é de 1193, nomeado como Cunisberch (Königsberg), ou seja, "Montanha Real"; porém, no século XIII, os condes de Virneburg estenderem sua influência sobre o pequeno povoado, e, seguindo a moda da época, o local passou ser chamado por seu nome francês Monroial, depois Monreal.


Herman III von Virneburg, por volta de 1220, iniciou a construção de um grande castelo no local, depois denominado Löwensburg (Castelo do Leão), também conhecido como Castelo de Monreal, embora, de fato, as terras fossem propriedade do Eleitorado de Trier; já o Philippsburg (Castelo do Philipp) teria sido erguido por Philipp von Virneburg, irmão de Herman, também no século XIII; em 1306, os condes de Virneburg alcançaram os direitos sobre a cidade e o mercado.


Durante a Guerra dos Trinta Anos, a aldeia e seus dois castelos, Löwensburg e Philippsburg, em 1632, foram bastante danificados por tropas suecas, e, em 1689, praticamente destruídos quando da Guerra da Sucessão do Palatinado. Os castelos não foram mais reconstruídos.


A partir do século XVII, a localidade desenvolveu sua indústria têxtil, tendo como matéria prima primordial a lã de ovelha, tendo sua prosperidade econômica atestada pelas muitas casas de enxaimel e cantaria dessa época, propriedades dos fabricantes de tecidos.


Na última metade do século XIX, em razão da forte concorrência comercial internacional, a indústria têxtil de Monreal definhou; mas, a partir de 1930, o turismo passou a ter grande importância econômica, em razão do interesse pelo "romantismo".




Restaurante Arenz am Malerwinkel, tendo ao fundo, dominando pelo alto a aldeia, as ruínas do Löwenburg (Castelo do Leão), provavelmente com início de construção por volta de 1220, com sua torre circular de aproximadamente 25 metros de altura. Monreal, distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.




Vista da aldeia de Monreal, cortada pelo rio Elzbach, com as ruínas do Philippsburg (Castelo do Philipp) ao fundo. Distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.




Casas de cantaria gótica tardia e de enxaimel, com Philippsburg ao fundo. Monreal, distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.


Na sequência, fomos à Katholische Pfarrkirche Kreuzerhöhung ou Heiligste Dreifaltigkeitskirche (Igreja Paroquial Católica da Elevação da Cruz ou Igreja da Santíssima Trindade), estilo gótico tardio do século XV, possivelmente de 1460.


Está localizada à margem do rio Elzbach e tem 32 metros de comprimento; feita de pedra local não rebocada, possui uma antessala sob a torre que leva à única nave, tendo no seu final um coro recuado de cinco lados, com abóbada nervurada.


A tribuna alta do órgão é acessível por uma escada em espiral localizada numa pequena torre.




Katholische Pfarrkirche Kreuzerhöhung (Igreja Paroquial Católica da Elevação da Cruz ou da Santíssima Trindade), templo de pedra estilo gótico tardio, possivelmente de 1460, e o rio Elzbach. Kirchstrasse, Monreal, distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.




Parte lateral-posterior da Katholische Pfarrkirche Kreuzerhöhung (Igreja Paroquial Católica da Elevação da Cruz ou da Santíssima Trindade), a partir de mais uma ponte de pedra de Monreal. Distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.




Interior da Igreja da Santíssima Trindade, nave única, tendo em sua parte final um lindo altar gótico coberto por uma abóbada ogival. Monreal, distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado, Alemanha.


A seguir, Colônia, uma das cidades mais importantes da Alemanha sob a ótica histórica.


2 - Colônia


O nome Colônia (Köln) deriva da denominação do lugar pelos romanos Colonia Claudia Ara Agrippinensium, em homenagem à imperatriz Agripina, nascida em um assentamento ubiano (povo germânico), à margem do rio Reno, e esposa do imperador romano Cláudio; o agrupamento urbano foi elevado à categoria de cidade em 50 d.C, tendo sido sede do governo da Germânia Inferior ou Baixa Germânia.


Na Idade Média, fez parte do Reino Franco, e, a partir da implantação do Sacro Império Romano-Germânico, tornou-se sede, junto com Mainz e Trier, de um dos principados eclesiásticos (governado por um arcebispo católico) que tinham assento no colégio eleitoral para escolha do imperador.


Em 1164, os supostos restos mortais dos Três Reis Magos, que se encontravam na Basílica de Sant'Eustorgio, em Milão, foram transferidos para Colônia, após aquela cidade italiana ter sido literalmente destruída pelo imperador Friedrich I (Frederico I, o Barba-ruiva), da dinastia de Hohenstaufen, tornando-se Colônia, a partir daí, um importante lugar de peregrinação para os católicos.


Assim relatou o episódio o biógrafo de Frederico, o Barba-ruiva, Ivan Gobry:


"(...) Em maio de 1161, Frederico dirigiu um ultimato: se a cidade se rendesse, ela deveria abater suas muralhas e aceitar o governo imperial, mas a população seria poupada. Ela recusou categoricamente. Ela sabia, no entanto, que sua perda estava programada. Ela resistiu, ainda, com a determinação do desespero, até 1º de março de 1162. Então ela capitulou.


"César [Frederico] tinha ruminado sua vingança, e a ferocidade de seus projetos foi crescendo a cada dia com a resistência adversa. Porque esta resistência, ele o sabia. não era somente a de uma cidade por sua independência, era também a da Itália que estremecia o jugo germânico; ela era, além de sua cruel realidade, o símbolo duma nação inteira. E era a da nação indomável que o tirano tinha resolvido humilhar.


"(...) Ele fez edificar um trono diante de Lodi, a cidade rival perto da qual ele tinha estabelecido seu quartel-general. Foi lá que ele esperou em triunfo a lamentável procissão dos vencidos. (...) era um carro fúnebre que avançava assim em direção a Lodi. Os cônsules e os cavaleiros portavam uma espada nua suspensa do pescoço, os senadores e burgueses tinham vestido o hábito dos penitentes, e levavam uma cruz na mão. Ao chegarem diante do monarca, eles se prostraram todos e pediram graça. (...) Vários príncipes, alguns bispos, comovidos por essa cena, tentaram inclinar o coração de Frederico em direção à misericórdia. Mas ele, para saborear sua vingança, dispensou os suplicantes, pedindo-lhes que aguardassem sua sentença.


"(...) Enfim, em 15 de março, ele chegou, cercado de seus dignitários, mas também, por um refinamento de crueldade mental, acompanhado de destacamentos fornecidos pelas cidades de Cremona, de Lodi, de Pavia e de Novare. Os vencidos de ontem deveriam infligir seu castigo ao vencido de hoje. César falou: Milão, reprovada por causa de seus crimes contra a Majestade imperial, cessaria de existir; ela seria demolida pedra por pedra, e seriam os lombardos que abateriam suas muralhas e suas casas (...). (págs. 137 e 138)


"Durante seis semanas, os escravos do vencedor trabalharam duro sobre as construções da maldita cidade, abatendo elegantes palácios municipais, ricas residências burguesas, humildes prédios populares, plácidos monastérios (...) Mesmo os edifícios sagrados tombaram, acrescentando o sacrilégio à crueldade (...).


"A mais combativa das cidades lombardas foi riscada do mapa; todas as outras agora tinham que tremer (...)". (tradução livre do francês - págs 363 a 371) - "Frédéric Barberousse - Une Épopée du Moyen Âge", de Ivan Gobry; Éditions Tallandier, Paris, 1997; livro eletrônico Editions Frédérique PATAT, Paris, 2015.


Na época da Alta Idade Média, Colônia, com cerca de 40.000 habitantes, era a maior cidade do território de língua alemã.


Em 1288, Colônia tornou-se, extraoficialmente, uma cidade imperial livre, mas, legalmente, foi reconhecida com esse status apenas em 1475.




Panorama de Colônia em 1531, com destaque para a inacabada Catedral de Colônia, à direita, e a Gross St. Martin (Igreja de São Martinho-Maior), com sua característica torre pesada, rodeada por quatro torres menores de canto, no centro da imagem; reprodução parcial da xilogravura de Anton Woensam de Worms.https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5b/Panorama_K%C3%B6ln.jpg/1920px-Panorama_K%C3%B6ln.jpg


Em 1582, Gebhard Truchsess von Waldburg-Trauchburg, arcebispo de Colônia e príncipe-eleitor eclesiástico do Sacro Império Romano-Germânico, converteu-se ao protestantismo, casou-se no ano seguinte e tentou transformar o arcebispado de Colônia em um principado secular. Se tivesse obtido êxito, teria mudado muito o equilíbrio entre a Reforma e o Catolicismo: todo o noroeste da Alemanha ameaçou tornar-se protestante. Como reação, Gebhard foi deposto pelo papa Gregório XIII e pelo imperador Rodolfo II (Rudolf II), da dinastia de Habsburgo, e a maioria do capítulo da catedral, que resistiu à política de Gebhard, elegeu Ernst von Bayern arcebispo de Colônia em 22 de maio de 1583. Isso desencadeou a Guerra Truchsessiana ou Guerra de Colônia, que foi vencida pelos católicos em 1588.


Deixou de ser uma cidade imperial livre em 1794, quando foi conquistada pelas tropas franceses e incorporada à República da França, posteriormente Império, governado por Napoleão I.


Em 1815, após a derrota definitiva de Napoleão, Colônia passou a fazer parte do Reino da Prússia.


Durante a Segunda Guerra Mundial, Colônia foi bombardeada pelos Aliados, com maior intensidade, a partir de maio de 1942, e duramente atingida em 29 de junho de 1943, quando 90 % do seu centro foram destruídos, causando sérios danos na catedral, que, apesar da violência do ataque, ficou de pé, rodeada de escombros, numa imagem impressionante, capturada por fotografias aéreas.




Fotografia aérea do centro destruído de Colônia, 1945, com destaque para a resistente estrutura da catedral.https://uplVon U.S. Department of Defense. Department of the Army. Office of the Chief Signal Officer. [2] - https://www.archives.gov/research/arc/ ARC Identifier: 531287; U.S. Defense Visual Information Center photo HD-SN-99-02996 [1], Gemeinfrei, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=58119oad.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7f/Koeln_1945.jpg/1280px-Koeln_1945.jpg


Já a partir do final de 1945, a cidade iniciou sua reconstrução, e, após um trabalho hercúleo de décadas, muitas partes do centro, inclusive a catedral, a Igreja de São Martinho e a prefeitura foram primorosamente restauradas.


A cidade também chama atenção, além de sua catedral, pelas 12 igrejas medievais em estilo românico, ainda preservadas, e sua famosa Eau de Cologne (Água de Colônia) 4711, criada em 1792 e muito apreciada pelo imperador dos franceses, Napoleão I.


O nosso primeiro contato com a cidade velha foi a travessia da Ponte Hohenzollern (Hohenzollernbrücke), construída de 1907 a 1911. Originalmente, eram três pontes, cada uma com três arcos; uma reservada para tráfego rodoviário e de bondes, e duas para trilhos ferroviários. Apesar de não ter sido danificada durante os bombardeios dos Aliados, a Wehrmacht (Exército Nazista) explodiu a ponte para prejudicar a travessia do rio Reno pelas tropas aliadas.


Uma das pontes ferroviárias foi reconstruída e inaugurada em 1948; foram acrescentados, no final da década de 50 e na década de 80, mais dois arcos; hoje, a Ponte Hohenzollern tem seis vias, bem como possui passarelas e ciclovias nos dois lados.




Hohenzollernbrücke (Ponte Hohenzollern sobre o rio Reno). Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Ao atravessar a Ponte Hohenzollern, nos deparamos com milhares de cadeados pequenos, muitos deles coloridos: casais apaixonados escrevem seus nomes e datas neles e os prendem ao parapeito da ponte, como uma espécie de juramento de amor eterno; normalmente, as chaves são jogadas no rio Reno.


Logo no início do costume, a empresa ferroviária Deutsche Bahn decidiu remover os cadeados porque eles possivelmente sobrecarregavam a estrutura da ponte (uma parte do alambrado da Pont des Arts, em Paris, desabou em 2014, em razão do peso exercido pelos muitos cadeados ali presos). Porém, a empresa foi demovida da ideia pelos muitos fãs da tradição.




Love padlocks (cadeados do amor) na Hohenzollernbrücke. Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Love padlocks (cadeados do amor) na Hohenzollernbrücke. Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Na sequência, fomos passear na Cidade Velha (Altstadt); a área em torno da antiga abadia beneditina de Sankt Martin (São Martinho) sempre foi um bairro animado, misturando trabalho, comércio, entretenimento, religião e turismo. No local, os romanos construíram primeiramente um balneário e depois um porto.


O Mercado do Peixe (Fischmarkt) foi citado pela primeira vez num documento do século XII, com o nome em latim Forum Piscium.


O comércio de peixes foi bastante beneficiado pelos direitos de entreposto (Stapelrecht) concedidos a Colônia pelo Império em 1259: todas as mercadorias transportadas no rio Reno tinham que ser descarregadas na cidade e colocadas à venda pelo prazo de três dias. Durante séculos, as barracas do mercado foram controladas pelas esposas dos peixeiros, as Feschwievern.


Infelizmente, durante a Segunda Grande Guerra, 90% do bairro de São Martinho (Martinsviertel) foram destruídos nos bombardeiros; no entanto, as casas conjugadas do Fischmarkt nº s. 1 a 3, foram menos danificadas, permitindo a restauração exterior a contento.


As demais casas foram reconstruídas com materiais modernos, mas respeitando, dentro do possível, os modelos das antigas, formando, ao nosso ver, um conjunto harmonioso, transmitindo a impressão da cidade medieval, com ruas estreitas, como Buttermarkt, Lintgasse e Mauthgasse que desembocam em uma área aberta e arejada.


Ao contrário do que ocorria até o final do século XIX, onde a muralha da cidade corria ao longo da margem do Reno, hoje tem-se a visão ampla do rio.




Fischmarkt (Mercado do Peixe), com vista das casas conjugadas, recordando o aspecto medieval, e da grande torre de passagem da Gross St. Martin Kirche (Igreja de São Martinho-Maior). Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Colônia possui 12 igrejas românicas, o que comprova a importância da Igreja Católica no desenvolvimento da cidade, particularmente na Idade Média.


Visitamos a Gross St. Martin Kirche (Igreja de São Martinho-Maior), uma das igrejas românicas de Colônia; antes do templo religioso, o local serviu, possivelmente, de instalação esportiva e de natação para os soldados romanos, posteriormente transformada, em razão do grande crescimento econômico da cidade, em armazéns para receber mercadorias do porto do Reno; ainda podem ser observados os restos das instalações romanas sob as fundações da igreja.


É provável que, a partir do século V, os francos tenham instalado uma igreja no local, consagrando-a a seu santo preferido: São Martinho de Tours; após, ergueu-se um mosteiro, no século X, inicialmente administrado por monges beneditinos escoceses e irlandeses.


Após um grande incêndio na cidade, em 1150, uma nova abadia beneditina foi erguida, entre os séculos XII e XIII, em estilo românico, empregando as antigas fundações como base.


No século XIX, os prédios da abadia foram demolidos, restando apenas a igreja.


A Gross St. Martin foi severamente danificada na Segunda Guerra Mundial, e, para sua reconstrução/restauração, foram realizadas escavações arqueológicas sob o coro, resultando na visão da suave transição das fundações de um armazém romano para as paredes dos corredores da igreja. As partes superiores da igreja foram reconstruídas depois do fim da Segunda Grande Guerra e são um exemplo típico da arquitetura renana dos séculos XII e XIII.


Um dos grandes destaques da Gross St. Martin, como se pode observar na fotografia anterior, é a pesada torre de cruzamento, que se ergue a partir do coro, circundada pelas quatro torres de canto. Ao longo do tempo, a ousada construção teve de ser reparada e reforçada por diversas vezes. Após a Segunda Guerra Mundial, reforços de aço quase imperceptíveis foram instalados nas cinco torres, que hoje dão uma sustentação segura à construção estruturalmente instável.




Portal da Igreja São Martinho-Maior (Gross St. Martin), séc. XII ou XIII, estilo românico. Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Ruínas romanas sob a cripta da Igreja São Martinho-Maior (Gross St. Martin), fragmentos da Colonia Claudia Ara Agrippinensium. Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


A Cidade Velha (Altstadt) abriga muitos restaurantes, dentre eles os que oferecem comida típica da Renânia, particularmente o joelho de porco com repolho renano, o Schweinshaxe mit rheinischem Kraut.




Restaurante Haxenhaus zum Rheingarten (literalmente, Casa dos Joelhos do Jardim do Reno), Frankenwerft, 19, Köln Altstadt (Cidade Velha de Colônia), na margem do Reno, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


E nós não poderíamos deixar de degustar o joelho de porco crocante da Renânia do Norte, escolhendo a cervejaria Sünner im Walfisch, na Cidade Velha.




Ofenfrische Schweinshaxe mit Sauerkraut und frischem Kartoffelpüree (joelho de porco crocante com chucrute e purê de batata) no restaurante/cervejaria Brauhaus Sünner im Walfisch, Salzgasse, 13, Köln Altstadt (Cidade Velha de Colônia) Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Não poderíamos nos furtar de conhecer o maior ícone de Colônia, sua catedral, cujo nome oficial é Hohe Domkirche Sankt Petrus (Alta Catedral de São Pedro), mas conhecida como Kölner Dom (Catedral de Colônia). O edifício religioso, de números superlativos, tem 144,58 metros de comprimento, 86,25 metros de largura; cobre quase 8.000 metros quadrados de área útil e pode acomodar mais de 20.000 pessoas; as torres possuem cerca de 157 metros de altura.


Há indícios arqueológicos de que no local em que se encontra a catedral foi erguido, por volta do século VI, um grande complexo de igrejas; testemunha disso é a pia batismal, do início da Idade Média, localizada a leste do coro da atual catedral.


Após várias alterações, uma enorme igreja carolíngia, a chamada Catedral Velha, foi levantada por volta de 800 no local do complexo de igrejas. Consagrada em 873, a igreja foi ampliada para duas naves laterais no século X ou XI. A leste, a catedral era ligada à Colegiata de Santa Maria ad Gradus (S. Mariengraden), fundada em meados do século XI e demolida em 1817.


A velha catedral ainda existia quando o arcebispo Rainald von Dassel transferiu as relíquias dos Reis Magos de Milão para Colônia em 1164. Ele as ganhou do imperador Frederico I, o Barba-ruiva, como reconhecimento pelos serviços prestados durante a campanha imperial na Itália. Dois anos antes, ou seja, em 1162, o imperador, com a colaboração do arcebispo, que também era um dos príncipes imperiais mais poderosos da Alemanha e arquichanceler da Itália, havia tomado a cidade de Milão, que se rebelara contra o imperador, e levado os ossos dos santos.


Umberto Eco, no seu livro "Baudolino", de modo sarcástico, relata o episódio:


"Baudolino havia chegado ante Milão quando os milaneses já não mais resistiam, também em razão de seus desentendimentos internos [1062]. Ao final, haviam mandado legações para acordar a rendição, e as condições seguiam sendo as estabelecidas na dieta de Roncaglia (...) Havia que impor uma lição que todos recordassem, e dar satisfação às cidades que se haviam batido com o imperador, não por seu amor, mas pelo ódio a Milão.


"(...)


"Dessa maneira havia ordenado que Milão fosse apagada da face da terra, e fez sair da cidade todas as pessoas, homens e mulheres.


"(...)


"Frederico, a princípio, havia imaginado aniquilar a cidade rebelde incendiando-a, logo pensou que era melhor deixar o assunto nas mãos dos italianos, que odiavam Milão mais que ele. Havia atribuído aos lodicianos a tarefa de destruir toda a porta oriental, que se chamava Porta Renza; aos cremoneses a tarefa de derrubar a Porta Romana; aos paveses a tarefa de fazer que da Porta Ticinese não ficasse pedra sobre pedra; aos novareses a de arrasar a Porta Vercellina; aos comascos a de fazer desaparecer a Porta Comacina, e aos de Seprio e Matesana a de fazer da Porta Nueva uma única ruína. Tarefa que havia agradado muito aos cidadãos daquelas cidades, que, ademais, haviam pago ao imperador muito dinheiro para poder disfrutar do privilégio de acertar com suas próprias mãos as contas com Milão derrotada. (págs. 137 e 138)


"(...)


"(...) Soube por eles que a basílica era a de Santo Eustorgio, e que no dia seguinte se ocupariam também dela (...)


"Baudolino entrou na nave da basílica, fresca, silenciosa e vazia (...) Numa capela lateral, junto a um sarcófago de pedra, viu um padre ancião que emitia soluços de desespero (...)


"(...)


"- Faz anos um viajante oriental me propôs adquirir as relíquias mais esplêndidas da cristandade, os corpos intactos dos três Magos. (págs. 139 e 140)


"(...)


"Baudolino sabia que uma boa relíquia podia mudar o destino de uma cidade, fazer que se convertesse em meta de peregrinação ininterrupta, transformar uma ermida em um santuário. A quem podiam interessar os Magos? Pensou em Reinaldo [Rainald von Dassel]: havia-lhe sido conferido o arcebispado de Colônia, mas ainda tinha que apresentar-se para que fosse consagrado oficialmente. Entrar na própria catedral levando consigo os Reis Magos seria uma boa sorte. Reinaldo buscava símbolos do poder imperial? Pois tinha sob o braço não um, mas três reis que haviam sido ao mesmo tempo sacerdotes. (pág. 142)


"(...)


"Reinaldo levou a relíquia a Colônia, ao cabo de dois anos [1164], mas foi generoso, porque tempos atrás havia sido preboste da catedral de Hildesheim e, antes de encerrar os despojos dos Reis no píxide de Colonia, cortou-lhes um dedo de cada um e os enviou de presente à sua antiga igreja (...)". (tradução livre do espanhol - pág. 148) - "Baudolino", de Umberto Eco, tradução para o espanhol de Helena Lozano Mirallles; Peguim Random House Grupo Editorial, Barcelona, 2001; Debolsillo, quinta edição, primeira reimpressão, março 2016.


O arcebispo Rainald von Dassel fez com que as relíquias, praticamente incógnitas em Milão, fossem conhecidas por grande parte da cristandade em pouco tempo. Depois de sua posse no cargo, a Velha Catedral de Colônia tornou-se um dos locais de peregrinação mais importantes da Europa. As relíquias também foram de grande importância para o reino alemão. Após sua coroação em Aachen (Aix-la-Chapelle), os governantes alemães geralmente paravam em Colônia para reverenciar os ossos dos mágicos bíblicos, haja vista que, em conformidade com as ideias medievais, eles foram os primeiros reis cristãos. Por volta de 1200, o Santuário dos Três Reis, a maior obra de ourivesaria sobrevivente da Alta Idade Média na Europa, foi fabricado para abrigar as valiosas relíquias, com autoria atribuída ao ourives francês Nicolau de Verdun.


Em razão dessa fama, que gerou uma peregrinação crescente ao templo católico, este não se mostrou mais adequado para abrigar tão importante tesouro. Assim, o povo de Colônia decidiu por um novo edifício monumental no estilo gótico francês. A pedra fundamental da atual Catedral de Colônia foi lançada em 15 de agosto 1248, na Festa da Assunção de Maria, pelo arcebispo Konrad von Hochstaden. Mestre Gerhard, que foi contratado para construí-la, projetou o edifício baseado na arquitetura francesa moderna, notadamente a da Catedral de Amiens e a da Sainte-Chapelle, em Paris.


A construção da catedral monumental seguiu com lentidão, tanto que o coro da igreja somente foi inaugurado em 1322, e a torre sul, que havia sido iniciada imediatamente, depois de 90 anos, foi interrompida em 56 metros de altura; em 1560, o capítulo da catedral (o colégio de clérigos) decidiu pela paralisação das obras, provavelmente por questões financeiras; durante séculos, um guindaste de construção na torre sul dominou o cenário urbano.


Em 1794, a catedral. em total desrespeito à sua dignidade religiosa, foi utilizada pelas tropas francesas de ocupação como estábulo para cavalos.


Somente em 1841, por iniciativa do rei Frederico Guilherme IV da Prússia (Friedrich Wilhem IV), da dinastia Hohenzollern (citado em nossos posts anteriores Berlim - Parte III e Berlim - Parte IV e Potsdam), os cidadãos de Colônia fundaram a Associação de Edifícios da Catedral Central (Zentralen-Dombau-Verein) e, em 1842, o monarca prussiano lançou a pedra fundamental para a retomada da construção do monumental edifício. Com a impulsão real, em menos de 40 anos, ou seja, em 1880, a grandiosa catedral gótica foi concluída com a ajuda da tecnologia moderna, inclusive suas duas torres de cerca de 157 metros. A catedral foi considerado um monumento nacional, com a pretensão de reconciliar os católicos alemães com o protestantismo prussiano que apoiava o estado.


Infelizmente, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, a catedral foi atingida por cerca de 70 bombas lançadas pela aviação britânica. A estrutura resistiu aos ataques e se destacou, aparentemente intacta, sobre o centro da cidade, este quase completamente destruído. Mas, na verdade, a catedral foi muito afetada; após a guerra, houve necessidade de diversos reparos ao longo dos anos para que recuperasse seu esplendor original.


Hoje a catedral é a segunda estrutura mais alta da cidade de Colônia, ultrapassada apenas pela torre de telecomunicações. Em razão da impressionante arquitetura gótica do edifício, do santuário dos Três Reis Magos, dos excelentes vitrais e das muitas outras importantes obras de arte, a UNESCO declarou a Catedral de Colônia como Patrimônio Mundial em 1996.




Plano da cidade ocidental de Mercator 1571, no qual se pode observar em destaque, no centro da imagem, a inacabada Catedral de Colônia (Kölner Dom), com um guindaste de construção ao lado da torre sul, e, logo abaixo dela, a Colegiata Santa Maria ad Gradus (S. Mariegraden), seguida de um grande largo. https://www.koelner-dom.de/uploads/Mercatorplan600dpi_e144a53fc4_f41aea44c8.jpg




Hohe Domkirche Sankt Petrus (Alta Catedral de São Pedro), estilo gótico, portal da lateral sul da Catedral de Colônia. Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Magnífico interior da Kölner Dom (Catedral de Colônia); ao fundo, o altar-mor com o Santuário dos Três Reis Magos. Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Os vitrais maravilhosos do interior da Kölner Dom (Catedral de Colônia). Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


As relíquias (restos mortais) dos Reis Magos foram colocadas dentro de um magnífico relicário, o Dreikönigenschrein (Santuário do Três Reis Magos); em formato de uma basílica de três naves, confeccionado em ouro e prata e decorado com pedras preciosas e imagens de Cristo, dos Apóstolos e dos Profetas, sua autoria é atribuída ao ourives francês Nicolau de Verdun (Nikolaus von Verdun); é o mais valioso e importante objeto da catedral e se encontra atualmente atrás do altar-mor.


De acordo com a tradição, a frente do relicário teria sido presente do rei dos germânicos Otto IV, por volta de 1200, sendo a única feita de puro ouro, além de reunir os maiores e mais valiosos camafeus e joias do conjunto; os alto-relevos na frente mostram a adoração dos reis ao Menino-Deus e, acima, o Cristo como juiz do mundo; uma placa trapezoidal é removível, e os crânios do Reis Magos podem ser vistos através de uma treliça.




Altar-mor da Kölner Dom e o Dreikönigenschrein (Santuário do Três Reis Magos), o relicário de ouro e prata, em formato de basílica, contendo os restos mortais dos Santos Magos. Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Na catedral, também pode ser visto um retábulo com asas, dedicado aos Três Reis Magos, padroeiros da cidade, pintado por Stephan Lochner para a capela do conselho, por volta de 1442, sendo uma das obras mais importantes da escola gótica tardia de Colônia.




O Retábulo dos Patronos, no Altar der Stadtpatrone (Altar dos Padroeiros da Cidade); na parte central da obra, está a representação da Adoração dos Magos, feita por Stephan Lochner, por volta de 1442. Kölner Dom, Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Imagem de Santo Antônio, o mais admirado por minha mãe Margarida. Kölner Dom, Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Há também, no interior da catedral, na parede leste da Capela da Cruz (Kreuzkapelle), um imponente crucifixo conhecido com a Cruz de Gero (Gero-Kreuz) ou Crucifixo de Gero, obra de um artista desconhecido na segunda metade do século X e doada ainda à Catedral Velha, em 976, por Gero, então arcebispo de Colônia, sob a dinastia otoniana, sendo uma das primeiras esculturas monumentais da Idade Média representando Cristo morto na cruz.


O crucifixo e a travessa são originais do século X, mas o sol radiante, atrás da cruz, e o altar de mármore foram uma doação do cônego Heinrich Mering, em 1683.




Gero-Kreuz (Cruz de Gero ou Crucifixo de Gero), escultura monumental em madeira do século X. Kölner Dom, Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Em 1894, houve um reposicionamento do Klarenaltar (Altar do Claro) da catedral, e, em razão dessa mudança, o altar recebeu uma parede posterior que foi empregada para expor um painel do artista Wilhelm Mengelberg, de Ultrecht (Países Baixos), realizado em 1905. A pintura Heilige Dreifaltigkeit (Santíssima Trindade), no seu centro, tem representada a Divina Trindade, em moldura amendoada, rodeada por serafins e símbolos do universo (sol, lua, estrelas); nos tímpanos com rendilhas, encontram-se representados os quatros evangelistas, João, Mateus, Marcos e Lucas, com seus símbolos, águia, anjo. leão e touro, respectivamente.




Heilige Dreifaltigkeit (Santíssima Trindade), pintura do artista Wilhelm Mengelberg, no Klarenaltar (Altar do Claro). Kölner Dom, Domkloster 4, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Em seguida, fomos visitar a Dominikanerkirche St. Andreas (Igreja Dominicana de Santo André); erguida inicialmente em estilo românico, com uma cripta, no século X, por inciativa do arcebispo Bruno, irmão do imperador Oto, que escolheu como patrono do templo o apóstolo André.


A construção da atual igreja em estilo românico tardio iniciou por volta de 1190. Ela foi erguida como uma basílica de três naves (uma nave central mais alta que as laterais), com torre de cruzeiro ou passagem e um comprido coro.


A cripta de St. Andreas foi descoberta após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando da restauração da igreja; nela estão depositados, em um sarcófago, os restos mortais do Santo, Doutor da Igreja Católica e dominicano Albertus Magnus (Alberto Magno), bispo alemão, erudito, pioneiro do aristotelismo cristão da Alta Idade Média, humanista do século XIII e padroeiro dos cientistas naturais.



Placa do túmulo de Santo Alberto Magno na cripta da Dominikanerkirche St. Andreas (Igreja Dominicana de Santo André). Komödienstrasse, 6-8, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.




Sarcófago de Santo Alberto Magno na cripta da Dominikanerkirche St. Andreas (Igreja Dominicana de Santo André). Komödienstrasse, 6-8, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Por fim, visitamos o belo edifício da Historiches Kölner Rathaus (Prefeitura Histórica de Colônia); a prefeitura, ainda na sua estrutura medieval, foi citada como Haus der Bürge (Casa dos Cidadãos) em documentos do século XII.


Entre 1407 e 1414, as Guildas de Colônia (corporações de ofício formadas por artesãos profissionais e independentes) promoveram a construção da Rathausturm (Torre da Prefeitura), como símbolo de sua liderança sobre a cidade, após sua vitória sobre a nobreza em 1396, com a criação da constituição da cidade.


A torre, em estilo gótico tardio, alcançando 61 metros de altura, é constituída de três andares inferiores tetragonais e dois andares superiores octogonais, decorados com 130 estátuas de pedra e a afamada Platzjabbeck, uma escultura facial de madeira que abre a boca e mostra a língua no momento em que o relógio da torre marca as horas.




Rathausturm (Torre da Prefeitura), a partir do Alter Markt (Antigo Mercado), erguida em estilo gótico tardio entre 1407 e 1414; embaixo do relógio encontra-se a carranca que mostra a língua quando as horas são tocadas, conhecida como Platzjabbeck. Historiches Kölner Rathaus, Rathausplatz, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Entre 1569 e 1573, promoveu-se uma grande modificação no edifício da Rathaus; o degradado hall de entrada medieval foi substituído por um pórtico renascentista (loggia) projetado pelo mestre construtor Kalker Wilhem Vernukken, que passou a ser conhecido como Rathauslaube. É tão significativa que, hoje, essa loggia é considerada um dos exemplos mais típicos da era renascentista pelas principais enciclopédias de história da arte.




Prefeitura de Colônia, gravura em cobre por volta de 1655, na qual se observa, à esquerda, a Rathausturm (Torre da Prefeitura), e, à direita, o Rathauslaube (pórtico renascentista), projeto do mestre construtor Kalker Wilhem Vernukken. Von Autor/-in unbekannt - Scan / Cutout and optimized from illustration by HOWI, Gemeinfrei, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3132652.




Historiches Kölner Rathaus (Prefeitura Histórica de Colônia), a partir da Rathausplatz, tendo, à esquerda, a Torre da Prefeitura, e bem no canto direito, uma pequena parte do Rathauslaube (pórtico renascentista). Rathausplatz, Colônia, cidade independente, Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.


Na sequência, fomos para Hameln (Hamelin), a cidade da lenda do flautista apanhador de ratos.


Fontes:


Wikipedia;


"Alemanha", Guia Visual, PubliFolha, São Paulo, SP, 7ª edição, 2012; 1ª reimpressão: 2013.


"Frommer's Alemanha Dia a Dia", por George McDonald e Donal Olson, Alta Books, Rio de Janeiro, RJ, 1ª edição, 2014.






Obrigado por se subscrever!

SUBSCREVER

bottom of page