Sul de Portugal - 2009
- Roberto Caldas
- 19 de mar. de 2021
- 12 min de leitura
Atualizado: 21 de mar. de 2021
1 - ALGARVE (Distrito de Faro)
O Algarve é a região turística mais importante de Portugal e uma das mais importantes da Europa.
Dominado sucessivamente por romanos, visigodos, bizantinos, visigodos novamente, até a conquista pelos mouros, iniciada na região em 712. Al-Gharb significa ocidente, indicando o limite ocidental do império islâmico. Foi a última região de Portugal a ser retomada dos mouros no reinado de Afonso III, em 1249. Mesmo com a retomada, o Algarve continuou a ser tratado como uma região separada de Portugal. Tanto que os governantes portugueses se autodenominavam reis de Portugal e Algarve. Até mesmo quando o Brasil foi alçado à condição de reino do Império Português, em 1815, após a instalação da família real no Rio de Janeiro, em 1808, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, manteve-se a separação, agora com a denominação Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Diz Marsilio Cassotti, no seu livro sobre a vida de Dona Carlota Joaquina: "Entretanto, antes de acabar o ano teve lugar na corte um acontecimento excepcional: 'A elevação do Brasil a reino pela carta de lei de 16 de Dezembro de 1815 e a consequente criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves', tal como tinha sugerido aos diplomatas portugueses presentes no Congresso de Viena o príncipe de Talleyrand, ministro dos Negócios Exteriores de Luís XVIII, novo rei de França". - "Carlota Joaquina, o Pecado Espanhol", Marsilio Cassotti, tradução de João Bernardo Paiva Boléo, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2009, pág. 185.
O Algarve tem uma grande importância para a história portuguesa, haja vista que D. Henrique, o Navegador, no séc. XV, teria instalado uma vila na região da ponta de Sagres que seria empregada como base para auxiliar os homens do mar que partiam para as navegações pelas costas africanas.
Ingressamos no distrito de Faro (Algarve) pelo Concelho de Castro Marim.
a - Castro Marim
A região de Castro Marim foi ocupada por diversos povos desde a Antiguidade, como fenícios, gregos, cartagineses, romanos, visigodos e mouros. Em 1242, os cristãos conquistaram a vila dos mouros e ela recebeu a carta foral em 1277.
Uma das atividades econômicas da vila encontra-se nas salinas às margens do rio Guadiana.
Antes da reconquista cristã, havia um primitivo castelo no lugar, erguido pelos mouros, que observava o rio Guadiana, que hoje é fronteira de Portugal e Espanha. Com a ocupação pelos portugueses, inicia, em 1279, sob o reinado de D. Dinis, a reconstrução do Castelo de Castro Marim, sob controle das Ordens Militares. Com a extinção da Ordem dos Templários, a Ordem de Cristo estabeleceu sua sede aqui em 1313, mas, em 1357, foi transferida para Tomar.

Vista do Castelo de Castro Marim, distrito de Faro, Portugal.
b - Tavira
Da mesma forma como aconteceu com a vila de Castro Marim, a região de Tavira foi dominada por vários povos, sendo que os romanos trouxeram o Cristianismo, no séc. III. Os mouros depois a conquistaram, perdendo-a em 1242, por ação de D. Paio Peres Correia.
O século XV foi o período de maior prosperidade para Tavira. De seu porto partiram os navios portugueses para a costa norte da África. Voltando da conquista de Ceuta, em 1415, a armada portuguesa desembarcou em Tavira.
Uma das características mais marcantes das antigas casas de Tavira são seus telhados em forma de pirâmide, chamados "telhado de tesouro", que possuem quatro águas muito inclinadas, provavelmente de influência indiana, haja vista que existiam também em Goa. Diz-se que a sua razão era para baixar a temperatura do edifício, formando um sistema de refrigeração nos espaços internos.

Vista da cidade de Tavira; em destaque alguns "telhados de tesouro" (pirâmide - quatro águas), distrito de Faro, Portugal.

Tavira; destaque para o "telhado de tesouro" (pirâmide, quatro águas) no campo superior direito da fotografia, distrito de Faro, Portugal.
Em frente, para Faro.
c - Faro
A cidade foi fundada pelos fenícios no séc. IV a.C., tendo recebido o nome de Ossónoba. Quando do domínio romano, virou um destino de excelência para as elites, que construíram nos seus arredores quintas, como Milreu. Depois vieram os visigodos que, por sua vez, foram derrotados pelos mouros, em 713. Durante a ocupação muçulmana, Ossónoba foi a capital da província de Algarve, que fazia parte do califado de Al-Andalus, com sede na cidade de Córdoba. No séc. IX, tomou o nome de Santa Maria Ibne Harune (Aarão em árabe). Em 1249, o rei Afonso III a conquistou, passando a ser denominada Santa Maria de Fáron, de onde vem o nome Faro.
Um dos fatos curiosos é que, por conta da União Ibérica (1580-1640), o território português passou a ser alvo da Inglaterra, que travava uma guerra com a Espanha (Isabel I x Filipe II). No ano de 1596, Robert Devereux, Conde de Essex, saqueou e incendiou Faro, danificando muralhas e igrejas, dentre elas a Sé de Faro. Faro também sofreu com o terremoto de 1755, que arrasou Lisboa.
Uma das grandes atrações turísticas de Faro é o Parque Natural da Ria Formosa, que ocupa 60 quilômetros de costa, com dunas, pântanos, salinas, ilhotas, patos selvagens, garças e flamingos.

Vista do Parque Natural da Ria Formosa, a partir de Faro, distrito de mesmo nome, Portugal.
A construção da Sé de Faro iniciou em 1251, tendo sofrido muitas alterações até meados do séc. XVI. Em 1596, o 2º Conde de Essex, a mando da Rainha da Inglaterra, atacou Faro, praticamente destruindo o templo. Sua reconstrução ocorreu com apoio do Rei Filipe II, da Espanha. Um destaque da igreja é o órgão do séc. XVIII decorado com motivos chineses. Outra coisa que chama atenção é a Capela dos Ossos, construída com ossos e caveiras, que fica em um cemitério antigo, na área da Sé.

Sé de Faro, distrito de mesmo nome, Portugal.

Órgão decorado com motivos chineses, por volta de 1715, Sé de Faro, distrito de mesmo nome, Portugal.

Capela dos Ossos, Sé de Faro, distrito de mesmo nome, Portugal.
Vamos a la playa - Albufeira.
d - Albufeira
Albufeira vem do árabe "al-buhayra", que significa "o lago". Dos mouros, a cidade herdou as ruas estreitas e as casas brancas com seus terraços e arcos. O castelo dos muçulmanos era quase inexpugnável, tanto que foi o último reduto dos mouros tomado pelas tropas de D. Afonso III, em 1249. Com isso, Portugal se completou. Mas em 1833, tropas leais a D. Miguel, em luta contra D. Pedro IV, na "Guerra dos Dois Irmãos", incendiaram a então vila.
Hoje, Albufeira é a capital turística do Algarve. Durante o verão europeu, além dos portugueses, vêm turistas de toda a Europa, particularmente britânicos, alemães e holandeses, para aproveitar uma temperatura que chega a 30ºC. Mas é um balneário para o ano inteiro; são mais de 300 dias de sol.
O que mais nos chamou atenção foi a instalação de uma escada rolante na falésia para acessar a praia.

Praia dos Pescadores, Albufeira, Distrito de Faro.

Casas brancas com açoteias (terraços nos altos das casas), Albufeira, Distrito de Faro, Portugal.

Feirinha nas ruas de Albufeira, Distrito de Faro, Portugal.
Agora a Estoi.
e - Estoi
A localidade de Estoi, além de um palácio estilo rococó, possui uma das grandes joias da ocupação romana no Algarve: Milreu.
O Palácio de Estoi teve sua construção iniciada na década de 1840, mas as obras foram interrompidas por décadas, tendo o imóvel passado por várias mãos, até ser adquirido em 1893 pelo farmacêutico José Francisco da Silva que logo iniciou os trabalhos de recuperação e remodelação das instalações, inclusive do jardim, com término em 1909. Hoje, no complexo, funciona uma pousada de luxo.
Na ocasião, não conseguimos visitar o palácio nem o jardim, porque estavam sendo restaurados.

Antiga entrada do Palácio de Estoi, Distrito de Faro, Portugal.
As ruínas romanas de Milreu formam um complexo arqueológico composto basicamente de uma villa romana, termas e um templo. Provavelmente a villa e as termas datam do século I ou II da era cristã. Já o templo pagão foi erguido no séc. IV, e, posteriormente, foi utilizado por cristãos.

Ruínas da villa romana de Milreu, localidade de Estoi, Distrito de Faro, Portugal.

Frigidarium (banhos frios) com mosaicos com motivos marítimos, termas do lado poente, ruínas romanas Milreu, localidade de Estoi, Distrito de Faro, Portugal.

Templo de Milreu, localidade de Estoi, Distrito de Faro, Portugal.

Maquete representando o templo completo, localidade de Milreu, Distrito de Faro, Portugal.
No mesmo complexo, pode-se conhecer uma casa rural típica do Algarve, provavelmente do séc. XVI, que foi construída em cima de parte das ruínas romanas. O branco caiado dá proteção às paredes, ameniza a ação do sol de verão e dificulta a entrada de pragas. A chaminé é bem característica das construções tradicionais do Algarve: formatos triangular e cilíndrico e desenhos geométricos esculpidos na argila.

Casa quinhentista rural de Milreu, destaque para as chaminés triangular e cilíndrica, com desenhos geométricos, Estoi, Distrito de Faro, Algarve, Portugal.
Para Beja
2 - ALENTEJO
"Além do Tejo" teve várias de suas cidades fundadas pelos romanos, já que as terras eram valorizadas pelos seus trigais. Mas as planícies produzem cortiça e azeitonas, bem como os vinhedos estão espalhados em Reguengos e Vidigueira, com seus famosos vinhos fortes.
a - Beja
Chamada pelos romanos de Pax Julia, ao ser conquistada pelos mouros, em 714, tornou-se Beja. Os cristãos tomaram-na dos muçulmanos em 1162. Tropas napoleônicas, em 1808, a invadiram, massacraram alguns de seus habitantes e a saquearam.
O Convento de Nossa Senhora da Conceição foi fundado em 1459 pelo Infante D. Fernando e sua esposa D. Beatriz. O edifício, com o tempo, restou uma mistura de estilos arquitetônicos: gótico, manuelino e barroco. Tornou-se museu em 1791, o mais antigo do país. Hoje lá funciona o Museu Rainha Dona Leonor.
Em relação a esse convento, conta-se que uma freira natural de Beja, sóror Mariana Alcoforado, escreveu, no século XVII, cinco cartas de amor ao Marquês de Chamilly (também Conde de Saint-Léger), que eram passadas através da janela da instituição religiosa. Tornou-se um clássico chamado "Cartas Portuguesas".

Antigo Convento da Conceição; no andar superior, sobre o portal, a "janela de Mariana", Museu Regional Rainha Dona Leonor, Beja, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.

Pinturas e azulejos hispano-árabes da casa paroquial do antigo Convento da Conceição, Museu Rainha Dona Leonor, Beja, Distrito de mesmo nome, Portugal.
Torre de Menagem fazia parte do Castelo de Beja, tendo sido iniciada em 1310 por D. Dinis, com altura de 36 metros.
A torre de menagem é a instalação central de um castelo medieval, o ponto de poder e o último reduto de defesa. Vem de homenagem.

Torre de Menagem, Castelo de Beja, distrito do mesmo nome, Portugal.
Vamos a Vidigueira.
b - Vidigueira
A Vidigueira é um importante centro vinícola alentejano. Na vila, tem-se a Adega Cooperativa Vidigueira, Cuba e Alvito.
Vasco da Gama foi feito, por D. Manuel I, 1º Conde da Vidigueira. Os restos mortais do herói nacional ficaram no Convento do Carmo, na vila, de 1539 a 1880, quando foram transladados para o Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa.

Loja da Adega Cooperativa Vidigueira, Cuba e Alvito, vila da Vidigueira, Distrito de Beja, Alentejo, Portugal.

Estátua de Vasco da Gama, 1º Conde da Vidigueira, vila da Vidigueira, Distrito de Beja, Portugal.
c - Évora
Na época romana, Évora foi incorporada à Província da Lusitânia, com transformações urbanísticas que tem como belo vestígio um templo romano. No tempo dos muçulmanos, a antiga acrópole romana foi valorizada com a construção de um alcácer (castelo) e uma mesquita, bem como a restauração das muralhas. Tomada aos mouros em 1166 pela figura mítica Geraldo Geraldes (Geraldo Sem-Pavor), a partir daí, Évora foi cada vem mais prestigiada, com a instalação de igrejas e mosteiros, construção de um perímetro amuralhado mais expandido, ao ponto, no séc. XVI, de reis portugueses passarem longas estadias na cidade.
Évora, hoje, é uma cidade histórica muito limpa, bem conservada e acolhedora. Tanto que, em 1986, a Unesco a declarou Patrimônio Histórico da Humanidade. São vários logradouros e prédios de valor histórico que merecem uma visita: Praça do Giraldo, Templo Romano, Convento dos Lóios, Sé de Évora e a fachada da Igreja de Nossa Senhora das Graças.
A Praça de Giraldo foi batizada assim em homenagem ao herói libertador de Évora, Geraldo Sem-Pavor. A fonte da praça é de mármore e datada de 1571; destaca-se, no alto, uma coroa de bronze.

Praça do Giraldo, Évora, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.
O Templo Romano de Évora teve sua construção iniciada no século I, havendo uma discussão sobre a quem era dedicado o edifício: culto da deusa Diana ou culto do Imperador Augusto. O modelo do edifício se assemelha muito ao templo de Maison Carrée, em Nîmes, na Provença, França.

Templo Romano de Évora, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.
A Sé de Évora foi iniciada em 1186 e concluída em 1250. Os estilos que predominam, em razão do tempo de construção, são o românico e o gótico. Um dos destaques do templo religioso é o grupo escultórico representando os Apóstolos (séc. XIV) existente no portal, sendo dez deles atribuídos ao Mestre Pero.

Sé de Évora, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.

Imagens dos Apóstolos em estilo gótico esculpidas no portal da Sé de Évora, Distrito de mesmo nome, Portugal.
Convento dos Lóios (Convento de São João Evangelista) foi construído no século XV, com piso inferior em estilo gótico-manuelino e superior, renascentista. O nome Lóios, que nos pareceu exótico, se deve ao fato de a Congregação dos Cónegos Seculares de São João Evangelista ter recebido em doação a Igreja de Santo Elói em Lisboa. Hoje, no local, funciona uma pousada com 31 quartos instalados nas antigas celas dos cônegos, bem como o antigo refeitório dos religiosos é utilizado como sala de café da manhã (pequeno-almoço, como falam os portugueses).

Convento dos Lóios, Évora, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.
Largo da Porta de Moura tem esse nome por conta de um portão mourisco em ruínas, na entrada oeste da praça. O que mais chama atenção no local é a fonte com uma esfera, inaugurada em 1556, colocada aqui graças ao Aqueduto da Água da Prata, que conduzia água até o largo.

Fonte do Largo da Porta de Moura, Évora, Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.
As muralhas de Évora tem fragmentos romanos, mouriscos e medievais.

Muralha de Évora com panos romanos (cerca romana), Distrito de mesmo nome, Alentejo, Portugal.
d - Vila Viçosa
Nós tínhamos dois grandes interesses em Vila Viçosa. A minha família materna é originária de uma cidade que, em 1759, foi denominada Vila Viçosa Real da América - dizem, em homenagem à homônima portuguesa - hoje, Viçosa do Ceará. E era a sede da residência de campo dos Duques de Bragança, a casa nobre que se transformou na última dinastia real portuguesa.
Romanos e mouros ocuparam a região. Em 1217, os cristãos a conquistaram e, em 1270, recebeu o foral de D. Afonso III, passando à categoria de vila.
A região tem mármore de qualidade, de reconhecimento internacional, sendo explorado em aproximadamente 160 pedreiras.
É a terra natal de uma das maiores poetisas portuguesas: Florbela Espanca. Os brasileiros lembrarão desse poema porque ele foi musicado, com o nome Fanatismo (mesmo nome do poema), pelo compositor/cantor cearense Fagner:
"Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !
Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos postos em ti, digo de rastros :
'Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ...'"
O luxuoso Paço Ducal (Palácio dos Duques de Bragança) foi iniciado em 1502 por ordem do Duque Jaime I de Bragança. Assim, Vila Viçosa passa a ser a sede do Ducado de Bragança.
Com o desaparecimento de D. Sebastião no Marrocos, em 1578, e a morte de seu tio D. Henrique, ambos sem descendentes, a Dinastia de Avis acabou, passando o reino a ser governado por Filipe II da Espanha, criando-se a União Ibérica. Em 1640, os portugueses se revoltaram e reconheceram o Duque João II de Bragança como Rei de Portugal, tornando-se D. João IV, iniciando a Dinastia de Bragança. Dela vão sair nossos dois imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II.
Com a elevação de D. João a rei, o palácio de Viçosa passou a ser a residência real de férias.
Foi do Palácio Ducal de Vila Viçosa, onde passara um mês de férias, que D. Carlos I partiu, em 1º de fevereiro de 1908, para ser assassinado por terroristas republicanos em Lisboa. Um regicídio que até hoje causa trauma na nação portuguesa. Os aposentos, depois da morte de Carlos I, ficaram intactos até hoje.

Paço Ducal de Vila Viçosa; em destaque, a estátua equestre de D. João IV, iniciador da Dinastia de Bragança, Distrito de Évora, Alentejo, Portugal.

Claustro do Paço Ducal, Vila Viçosa, Distrito de Évora, Alentejo, Portugal.

Portal do Nó, símbolo dos Bragança, Vila Viçosa, Distrito de Évora, Portugal.
O Convento das Chagas de Vila Viçosa era feminino, tendo sido fundado em 1530, por bula do Papa Clemente VII, denominado Real Mosteiro das Chagas de Cristo, a pedido de D. Jaime, Duque de Bragança, para servir de panteão das duquesas e de moradia de irmãs clarissas. No panteão, encontra-se a sepultura da fundadora D. Joana de Mendonça e de outras religiosas da mesma casa.
Somente em 1539, a comunidade das clarissas se instalou.
Em 1834, as ordens religiosas foram extintas em Portugal, mas o convento foi encerrado somente em 1905, com a morte da última freira. Hoje é a Pousada D. João IV.

Convento das Chagas, Vila Viçosa, Distrito de Évora, Alentejo, Portugal.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, chamada também de Nossa Senhora do Castelo, segundo o que se diz, foi erguida no séc. XIV, por ordem do Condestável de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira, após a vitória portuguesa sobre os castelhanos em 1385, na Batalha de Aljubarrota. A imagem da Virgem da Conceição, de pedra de ançã, que se encontra no altar-mor do templo, também teria sido ofertada pelo condestável.
Em 1646, em agradecimento pela vitória portuguesa na Guerra da Restauração, D. João IV coroou Nossa Senhora da Conceição Rainha e Padroeira de Portugal. Depois disso, nenhum monarca português usou uma coroa.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Vila Viçosa, Distrito de Évora, Alentejo, Portugal.
Segundo a tradição, o Castelo de Vila Viçosa teve sua construção iniciada logo após a concessão da Carta de Foral em 1270, por D. Afonso III. O castelo seria terminado por D. Dinis, bem como a cerca (muralha) em torno da vila. Os Duques de Bragança o ocuparam até a morte de D. Fernando II, o terceiro duque, degolado por ordem do Rei D. João II. O filho dele, D. Jaime I de Bragança, não quis voltar ao castelo, de triste memória, providenciado, assim, a construção do Paço Ducal.

Praça da República com vista do Castelo de Vila Viçosa, Distrito de Évora, Alentejo, Portugal.
Fontes: Wikipedia e "Portugal, Madeira e Açores", Guia Visual, PubliFolha, 6ª edição, 2008.
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