Turim - Parte II - Norte da Itália - 2023
- Roberto Caldas
- 11 de dez. de 2023
- 21 min de leitura
Atualizado: 1 de mai. de 2024

Fachada seiscentista do Palazzo Carignano, iniciada em 1679, sinuosa e com seus tijolos vermelhos aparentes primorosamente arrumados; acima, a lembrança, em latim, do local em que o rei da independência da Itália nasceu: "QVI NACQVE VITTORIO EMANUELE II". Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Continuamos nosso passeio na bela Turim.
O Palazzo Carignano é um dos mais belos edifícios barrocos de Turim e pertenceu, inicialmente, à família Carignano, um braço da Casa de Saboia, ligada ao Regimento Carignan-Salières (junção do regimento comandado pelo marquês Henri de Chastelard de Salière com o regimento de Emanuele Filiberto di Savoia-Carignano, Príncipe de Carignano), recrutado em 1644 no Piemonte e enviado à Nouvelle-France (colônias francesas que ocupavam a região de Quebec (hoje Canadá), Grandes Lagos (Canadá e Estados Unidos), vale do Mississipi e Luisiana (Estados Unidos)) de 1665 a 1668, para combater as populações ameríndias da região, particularmente as pertencentes à nação iroquesa.
Emanuele Filiberto di Savoia-Carignano, il Muto, nasceu, como aponta seu epíteto, surdo e desenvolveu precariamente sua fala; mesmo assim, isso não o impediu de ser uma das pessoas mais cultas de sua época, bem como desenvolver uma carreira militar, alcançando o posto de general de cavalaria dos exércitos da França e de Saboia; também exerceu a função de governador das províncias de Ivrea e Asti; e é de seu ramo que descendem os reis da Itália, de Vittorio Emanuele II a Umberto II.
Por encomenda de Emanuele Filiberto di Savoia-Carignano, príncipe de Carignano, o arquiteto e padre teatino Guarano Guarini projetou o palácio, iniciado em 1679, fazendo gravar nele figuras ornadas de plumas em alusão aos ameríndios combatidos pelo Regimento Carignan-Salières.
O palácio viu nascer Vittorio Emanuele II, primeiro rei da Itália, em 1820, e alojou o Parlamento Subalpino (1848-1861), legislativo do Reino da Sardenha/Piemonte, e o primeiro Parlamento do novo Estado Italiano de 1861 a 1864.
A parte do século XVII tem uma fachada sinuosa, com tijolos vermelhos de revestimento simples, preciosa e originalmente trabalhados. O salão central elíptico (salão de bailes) situado na parte seiscentista, até então utilizado para festas, foi transformado em 1848 no salão do Primeiro Parlamento Subalpino.
O edifício originalmente tinha uma planta em forma de U, aberta para os jardins; a atual estrutura quadrangular deveu-se ao acréscimo do prédio erguido no século XIX, voltado para a Piazza Carlo Alberto, para abrigar o Parlamento italiano, e concluído em 1871, após a transferência da capital para Florença e, posteriormente, para Roma; ou seja, nunca cumpriu a função para a qual foi destinado.
Hoje o Palácio acolhe dois museus distintos, bem como a sede da Direção Regional de Museus; 1) no piso térreo, estão os Appartamenti dei Principi di Carignano (Apartamentos dos Príncipes de Carignano): o Apartamento do Meio-dia, com seus maravilhosos revestimentos de madeira dourada, que fica permanentemente aberto; o Apartamento da Meia-noite, que ocasionalmente é visitado; no piso superior, está o Museo Nazionale del Risorgimento Italiano (Museu Nacional do Ressurgimento Italiano).

Fachada interior do Palazzo Carignano, vista do pátio; destaque para sua torre central elíptica. Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Subida da Escadaria Guarini, à esquerda de quem olha do pátio; a escada, em suaves linhas curvas, favorecendo o claro-escuro, permitia o acesso ao salão de baile, remodelado para receber, no século XIX, o Parlamento Subalpino; trabalho em estuque do escultor Pietro Somasso. Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Descida da Escadaria Guarini, à direita de quem olha do pátio; os lanços são compostos por uma balaustrada em mármore e colunas de capitel compósito, tendo entre elas nichos de forma oval, circundados por uma decoração vegetalista em estuque. Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Cópia do retrato de Emanuele Filiberto di Savoia-Carignano, príncipe de Carignano; o original, de autor desconhecido, datado do terceiro quartel do século XVII, encontra-se no Castelo de Racconigi, Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Salão da Batalha; no centro, observa-se cópia, provavelmente feita no século XVIII, do retrato de Tommaso Francesco di Savoia-Carignano, pai de Emanuele Filiberto, do original existente na Gemäldegalerie, em Berlim, realizado pelo pintor flamengo Antoon van Dyck, em 1634. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

No Salão da Batalha, há dois quadros nas paredes representando batalhas nas quais participou Tommaso Francesco di Savoia-Carignano, pai de Emanuele Filiberto; as paredes são revestidas de madeira dourada ricamente decorada, obra dos talhadores e douradores Giovanni Luigi Bosso e Giovanni Carlo Monticelli, por ocasião das núpcias, em 1714, do príncipe Vittorio Amedeo com Maria Vittoria Francesca di Savoia. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Salão conhecido como das Estações, em razão das quatro alegorias acima das portas; as paredes são revestidas com espelhos decorados com madeira dourada; era utilizado como uma sala de recepções. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Salão das Estações, com seu esplendor dourado. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Detalhe da parede espelhada com sua decoração em madeira dourada; o esplendor barroco. Salão das Estações. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Afresco de teto, pintado entre 1699 e 1703, conhecido como"Apoteose de Hércules recebido no Monte Olimpo por Júpiter e outras divindades", obra do pintor barroco lombardo Stefano Maria Legnani, conhecido como Legnanino, no Salão das Estações: Hércules, filho predileto de Zeus (Júpiter), foi levado ao Monte Olimpo, entre as divindades, para ser salvo da morte certa. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Camera de Letto (Quarto), de revestimento de madeira de estilo neoclássico, local em que, na noite de 14 de março de 1820, nasceu Vittorio Emanuele II, primogênito de Carlo Alberto, rei da Sardenha, e futuro rei da Itália. Apartamento do Meio-dia, Appartamenti dei Principi di Carignano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Todo o piso principal do Palazzo Carignano acolhe o Museo Nazionale del Risorgimento Italiano (Museu Nacional do Risorgimento Italiano) desde 1938.
Sua entrada é acessada pelo edifício erguido, na segunda metade do século XIX, de fachada neoclássica, voltado para a Piazza Carlo Alberto, para abrigar o primeiro Parlamento Italiano, que terminou por fechar o U original do Palazzo Carignano, tornando-o um quadrado; a construção ocorreu em razão de o salão destinado ao Parlamento Subalpino ser muito pequeno para acolher o Parlamento nacional, instalado em 1861; a obra do prédio foi iniciada em 1863, projeto dos arquitetos Domenico Ferri e Giuseppe Bolatti, mas foi concluída somente em 1871, quando a capital da Itália já não era mais Turim, portanto, nunca foi utilizado para o fim a que foi destinado.

Fachada neoclássica do Palazzo Carignano, concluída em 1871, inicialmente para abrigar o primeiro Parlamento Italiano. Entrada do Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Piazza Carlo Alberto, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Em frente à fachada neoclássica do Palazzo Carignano, na Piazza Carlo Alberto, encontra-se o monumento, a estátua equestre de Carlo Alberto, rei da Sardenha, obra do escultor Carlo Marochetti, trabalhada de 1856 a 1860, e instalada em 1861.

Monumento a Carlo Alberto, rei da Sardenha, inaugurado em 1861; a estátua olha para a entrada do palácio do século XIX, virando as costas para a biblioteca e brandindo uma espada no ar; as esculturas da base são quatro figuras femininas alegóricas, representando o martírio, a liberdade, a igualdade civil e o Estatuto (Constituição), e quatro soldados, representando o corpo do Exército Real da Sardenha - Artilharia, Cavalaria, Granadeiros e Bersaglieri (espécie de Infantaria) -; os quatro baixos-relevos, nas laterais do pedestal, representam a batalha de Goito, a batalha de Santa Lúcia, a abdicação e a morte de Carlo Alberto no Porto, em Portugal. Piazza Carlo Alberto, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
O Império Romano do Ocidente era, a grosso modo, formado pela Itália, Gália (França), Britânia (Inglaterra), Germânia (Alemanha), Hispania (Espanha) e norte da África; com a derrocada do império, em 476, após a derrota das tropas romanas imposta por Odoacro, um líder e militar de origem germânica, na Batalha de Ravena, a Península Itálica permaneceu desunida e nas mãos de estrangeiros até 1870, quando se dá sua unificação após o movimento conhecido como Risorgimento.
Foram séculos de dominação estrangeira: ostrogodos, lombardos, bizantinos (gregos), francos, alemães (Sacro Império Romano-Germânico), Cúria Romana (Igreja Católica), mouros (sarracenos ou árabes-berberes), normandos (vikings), angevinos (franceses), aragoneses (espanhóis), austríacos, muitos deles se miscigenando com os povos autóctones.
Basicamente, por muito séculos, podemos dizer que havia três Itálias: a do Norte, composta das Repúblicas de Gênova, de Veneza e dos estados dominados pelo Sacro Império Romano-Germânico (alemães e depois austríacos); a do Centro, formada por alguns estados independentes e os Estados Pontifícios ou Papais (Roma (Lácio), Marcas, Emília-Romanha e Ravena); e a do Sul (Nápoles e Sicília), dominada, sequencialmente, pelos bizantinos e sarracenos, normandos, angevinos, aragoneses e Espanha, e, ao final, como estado independente, governado pela dinastia Bourbon de origem espanhola, com o nome Reino das Duas Sicílias.
O sonho do grande pensador Nicolau Maquiavel, ou seja, uma Itália unida, começou a se desenhar pela junção do Ducado do Piemonte e do Reino da Sardenha, sob a governança da Casa de Saboia, em 1720, e, depois, mesmo sem ser seu fim primordial, pela ação de Napoleão na Península Itálica.
A campanha da Itália de 1796 a 1797, liderada por Napoleão à frente das tropas republicanas francesas, teve por fim propagar os ideais da Revolução Francesa, mas forneceu, acessoriamente, ao general francês a ocasião para pilhar tesouros artísticos. Algumas centenas de obras de arte tomaram, assim, o caminho da França. Em 1797, Veneza foi cedida aos austríacos, enquanto o resto da Itália do Norte ficou sob o domínio francês. Nesse período, foram criadas diversas repúblicas na Península Italiana, dentre elas: República Cisalpina, depois denominada República Italiana; República da Ligúria; República Cispadana; República Romana; e República Napolitana ou República Partenopeia, tuteladas pela França. Isso proporcionou o espalhamento do liberalismo e do nacionalismo, impulsionando as ideias de liberdade e unidade nacional entre os italianos.

Sala em homenagem à Revolução Francesa, na qual se vê uma haste, com as cores da França revolucionária, e, no alto, as bandeiras francesa e italiana e o barrete frígio vermelho, forte símbolo do regime republicano. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Representação da Declaração dos Direitos do Homem, decretados pela Assembleia Nacional Francesa, nas sessões de 20, 21, 23, 24 e 26 de agosto de 1789, logo após a queda da Bastilha, com base nas ideias iluministas propagadas desde o século XVIII. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Após ter conquistado quase toda a península, Napoleão I, já imperador dos franceses, promulgou, em 1805, o Reino da Itália, do qual se autoproclamou rei; em 1811, com o nascimento de seu filho, também Napoleão, este recebeu o título de rei de Roma. O reino duraria até 1814, tendo por capital Milão; em 1809, os Estados Pontificais foram incorporados ao Império Francês; o papa Pio VII tornou-se prisioneiro na França, em 1812, retornando a Roma somente dois anos depois.

Bandeira da Cidade de Turim francesa, capital do Departamento do Pó, incorporado ao Império Francês; seda pintada, início do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Litografia sobre papel mostrando, acima, os retratos de Napoleão Bonaparte e dos membros da família imperial; ao centro a águia imperial portando um galho entre as garras; abaixo, Napoleão na ilha de Santa Helena entre bandeiras, armas e instrumentos militares e, ao fundo, ele próprio aclamado por homens e divindades. Os retratos da família imperial representam (começando de baixo e seguindo da esquerda para a direita): o único filho legítimo do imperador, Napoleão II (1811 - 1832); sua segunda esposa, Maria Luísa de Habsburgo-Lorena (1791 - 1847); o próprio Napoleão I Bonaparte (1769 - 1821); sua primeira esposa, Josephine de Beauharnais (1763 - 1814) e seu filho Eugène de Beauharnais (1781 - 1824); as três irmãs de Napoleão, Pauline (1780 - 1825), Élisa (1777 - 1820) e Caroline (1782 - 1839) e a filha de Josephine, Hortense de Beauharnais (1783 - 1837); Os quatro irmãos de Napoleão, Louis (1778 - 1846), Joseph (1768-1844), Lucien (1775-1840) e Jérôme (1784 - 1860), intercalaram-se com a mãe Maria Letizia Ramolino (1750-1836); primeiro quarto do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
O Congresso de Viena de 1815, após a derrota da França, assegurou a preponderância austríaca sobre quase todo o território italiano, particularmente o norte. A região de Vêneto tornou-se austríaca, assim como a Lombardia; Gênova restou incorporada à Casa de Saboia, assim como Nice e Saboia (que tinham sido anexadas à França).
Mas as raízes do nacionalismo, da liberdade e da unidade tinham se incorporando no pensamento dos italianos, redundando no movimento conhecido como Risorgimento. Esse é o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras.
O Risorgimento teve duas fases distintas: a primeira, idealista, romântica e revolucionária, começou em 1815 e culminou nas revoluções de 1848-49; a segunda, pragmática, diplomática e prática durante a década de 1850, culminou na criação de um reino italiano unido em 1861.
O movimento, para muitos dos participantes, além de pretender, como uma materialização do nacionalismo, tão em volga no século XIX, unir a Itália sob uma bandeira e um governo, significava, também, uma renovação da sociedade e do povo italianos, alcançando a liberdade do controle estrangeiro, e a implantação do liberalismo e do constitucionalismo, com a consolidação da liberdade e dos direitos individuais.
Mas parte dos idealistas queria a implantação de um república popular liberal, como Giuseppe Mazzini, que se tornou membro da Carbonária, sociedade secreta (uma espécie de maçonaria) e revolucionária; em razão da sua atividade revolucionária e anticlerical teve que fugir para França, onde, em 1831, fundou a Giovine Italia (Jovem Itália), uma associação política cujo objetivo era reunir os estados italianos numa única república e libertar o povo italiano dos invasores estrangeiros. Também no mesmo sentido seguiu Giuseppe Garibaldi, o grande heroi popular da Itália, que se uniu a Carbonária em 1833.

Busto de Giuseppe Mazzini, membro da sociedade secreta Carbonária, e fundador da associação Giovine Italia; um dos homens mais importantes no movimento de unificação da Itália; escultura em gesso de Cesare Reduzzi, final do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Em grande parte por conta dessas posições mais radicais, a primeira fase do Risorgimento não obteve êxito; os grupos discordavam de que forma se daria a unidade: uma confederação de estados ou um governo centralizado; se a forma de governo seria monarquia ou república; os radicais desconfiavam dos moderados; os unitaristas não se entendiam com os federalistas. Tais desentendimentos e desconfianças impediram a criação de um exército comum que fizesse frente ao exército austríaco comandado pelo marechal Radetzky.
O biênio 1848-1849 (Primeira Guerra de Independência) marcou o auge do movimento revolucionário e idealista com a participação inicial das diversas facções e o apoio popular de todas as classes. Da Sicília, onde eclodiu a primeira revolução europeia daqueles anos, em janeiro de 1848, aos estados do norte do Piemonte-Sardenha, Lombardia e Veneza, os populares saíram às ruas para destituir os governantes, fossem eles austríacos ou governantes nativos.
Mas esse radicalimo assustou alguns participantes, que temeram que fosse perdido o controle do movimento, particularmente para os republicanos anticlericais. Assim, o rei napolitano Fernando II e o papa Pio IX retiraram o seu apoio à guerra comum contra a Áustria, e os planos para uma Liga e um exército italianos ruíram.
Após a derrota do exército de Carlo Alberto, rei da Sardenha-Piemonte, em duas ocasiões, para o temível comandante austríaco marechal Josef Radetzky, as repúblicas revolucionárias da Itália central e Veneza passaram a travar batalhas sozinhas. No verão de 1849, a insurgência italiana entrou em colapso. Em julho, apesar da resistência obstinada, a República Romana caiu nas mãos das forças francesas enviadas para devolver ao papa a Sé. Em agosto, Veneza, sob o comando de Daniele Manin, finalmente capitulou diante de Radetzky.

Vitrine contendo, à esquerda, uniforme de ministro do Reino da Sardenha, posterior a 1815; à direita, uniforme de oficial dos Caçadores Montados da Guarda, posterior a 1821. Restauração na Europa e na Itália, sociedade secreta e insurreições 1815-1830. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Vitrine contendo, acima, da esquerda para direita, uma feluca (chapéu de duas pontas, que fazia parte de uniforme de gala de alta hierarquia; feltro, seda e couro); capacete austríaco modelo 1798 (couro e metal dourado), capacete de infantaria modelo 1814 (couro, metal dourado e madeira); embaixo, da esquerda para direita, barretina de infantaria modelo 1817 (couro, seda e metal dourado) e barretina de artilharia modelo 1817 (couro, seda e metal dourado). Restauração na Europa e na Itália, sociedade secreta e insurreições 1815-1830. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Vitrine contendo, acima, da esquerda para direita, quepe lombardo, metade do século XIX; elmo milanês, 1848 (couro e folha de latão); quepe piemontês, 1848 (couro, lã, metal e seda); e elmo piemontês, metade do século XIX (metal e couro); embaixo, quepes da Guarda Nacional da Itália (1861) (couro, lã, metal e seda), Revoluções e Insurreições de 1848. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Quadro representando os diversos uniformes dos membros da Guarda Nacional Lombarda, 1848. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

À esquerda, uniforme do Regimento de Granadeiros de Guarda do Exército Sardo (lã, algodão, metal, couro e pelica), segundo quarto do século XIX; ao centro, tenda de campanha do rei Carlo Alberto (1848-1849), com mesa, cadeira com almofada e luminária de lona, madeira, ferro, cânhamo, seda e papel de linho), primeira metade do século XIX; e à direita, tambor com cinto e baquetas (couro, madeira, corda e latão), segundo quarto do século XIX. Primeira Guerra de Independência 1848-1849. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Na vitrine, à esquerda, uniforme de general do patriota Massimo d'Azeglio, com botas e esporas, medalha de prata por valor militar, medalha da defesa de Vicenza (lã, metal, couro, prata e ouro) 1859 e 1848; à direita, sobretudo de Massimo d'Azeglio (lã e seda), segundo quarto do século XIX. Primeira Guerra da Independência 1848-1849; os generais do Exército Sardo. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
O desfecho da Primeira Guerra de Independência (1848-1849) foi melancólico e desastroso para os italianos, mas particularmente para Carlo Alberto, rei da Sardenha-Piemonte, que, após a derrota de suas forças piemontesas na Batalha de Novara, em 23 de março de 1849, para os austríacos comandados pelo marechal Radetzky, no mesmo dia abdicou do trono em favor de seu filho Vittorio Emanuele e se autoexilou, passando por Antibes, Toulouse e Baiona (França), Torquemada, Valladolid, León, La Coruña e Lugo (Espanha), Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, até chegar ao Porto, tudo em Portugal.
No Porto, foi obrigado a parar em razão de complicações de uma doença hepática; inicialmente ficou no Hotel do Peixe, mas, depois de seu estado de saúde se agravar, aceitou mudar para uma residência particular na rua Entre-Quintas, com vista para o rio Douro, conhecida como a Casa da Quinta da Macieirinha, hoje Museu Romântico.
Lá, no dia 28 de julho de 1849, seu estado piorou devido a um terceiro ataque cardíaco. O padre português Dom Antonio Peixoto, que o assistia espiritualmente, apressou-se e deu-lhe a extrema unção. Às 15:30h do dia 28 de julho de 1849, com pouco menos de 51 anos, Carlos Alberto faleceu segurando um crucifixo no peito.

Óleo representando Carlo Alberto em seu leito de morte, recebendo a extrema-unção (unção dos enfermos) do padre Antonio Peixoto, na Casa da Quinta da Macieirinha, rua Entre-Quintas, Porto, Portugal. Óleo sobre tela, realizado por Malneiro, metade do século do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Reprodução no Museo del Risorgimento do quarto em que Carlo Alberto faleceu na Casa da Quinta da Macieirinha, rua Entre-Quintas, Porto, Portugal. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Reprodução do quarto em que Carlo Alberto faleceu na Casa da Quinta da Macieirinha, rua Entre-Quintas, Porto, Portugal. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Mas o legado e as lições deixadas pela Primeira Guerra de Independência da Itália não foram em vão, servindo de base para a segunda fase do movimento, pragmática, diplomática e prática, iniciada já na década de 1850, tendo como ponta de lança o Reino da Sardenha-Piemonte.
Único estado italiano com uma constituição, promulgada em 4 de março de 1848 pelo rei Carlo Alberto, e um parlamento eleito, que iniciou suas atividades em 8 de maio de 1848, passando a funcionar o Senado no Palazzo Madama e a Câmara de Deputados no antigo Salão de Baile ou de Honra do Palazzo Carignano, restruturado em 50 dias com base no projeto de Carlo Sada, o Reino da Sardenha-Piemonte exerceu uma forte atração para a grande maioria dos nacionalistas italianos que aceitaram a sua liderança para a segunda fase do Risorgimento.

Sala da Câmara dos Deputados do Parlamento Subalpino, 1848-1860, antigo Salão de Baile ou de Honra do Palazzo Carignano, Reino da Sardenha (Piemonte). Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Sala da Câmara dos Deputados do Parlamento Subalpino, 1848-1860, antigo Salão de Baile ou de Honra do Palazzo Carignano, Reino da Sardenha (Piemonte). Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Tudo isso abriu caminho para a diplomacia cautelosa e deliberada do Conde Camillo Benso di Cavour (1810-1861), primeiro-ministro do Reino Sardenha-Piemonte depois de 1852. Cavour usou a ameaça de um potencial ressurgimento revolucionário para persuadir a opinião conservadora de que uma Itália unida sob a Casa de Saboia, a dinastia do Piemonte-Sardenha, seria uma força de estabilidade.
Para angariar apoio e respeito das demais nações europeias para sua causa nacionalista, Sardenha-Piemonte participou da Guerra da Crimeia, entre 1853 e 1856, que opôs o Império Russo, com seu movimento expansionista para ocupar a parte norte do Império Otomano, bem como libertar Jerusalém do jugo muçulmano (os russos se consideram herdeiros dos Impérios Romano e Bizantino, com a missão de restabelecer o Cristianismo (no caso, o Ortodoxo) como dominante na cidade sagrada) a uma aliança formada pelos então Impérios Otomano, Britânico e Francês (Napoleão III) e o Reino da Sardenha.
O resultado foi a derrota do Império Russo e, no Tratado de Paris, assinado em 30 de março de 1856, com a participação do então primeiro-ministro (presidente do Conselho) e estadista Camillo Cavour, o Reino da Sardenha ganhou apoio internacional para seu intento de unificação da Península Itálica e a sinalização de apoio pessoal e material da França na luta contra a Áustria.

Mapa da Guerra da Crimeia (1853-1856), editada por Ernest Bourdini Editeur, em 1854. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Bombardeio de Sebastopol, cidade portuária da Crimeia, em 17 de outubro de 1854, pelos exércitos e marinhas das forças aliadas contra os Fortes Alexandre, da Quarentena e a Bateria de Artilharia, controlados pelos russos. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Retrato de Camillo Paolo Filippo Giulio Benso, Conde de Cavour, primeiro-ministro (presidente do Conselho) do Reino da Sardenha e, depois, do Reino da Itália, propulsor da unificação italiana, pintado por Michele Gordigiani em 1862; ao fundo, à esquerda, o busto de Vittorio Emanuele II, rei da Itália, sobre um pedestal. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Berlinda-coupé diplomática de Cavour, anterior a 1861, confeção de M. Emanuelli (madeira, ferro, couro e seda). Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Uniforme de Cavour no Congresso de Paris de 1856, com espadim, feluca (chapéu de duas pontas), placa e faixa de Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro (ou Ordem Maurícia), (lã, algodão, veludo, aço, madrepérola, latão, couro, penas de avestruz, prata, prata dourada, esmalte e gorgorão de seda), metade do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Assim, surgiu um novo consenso entre todos os elementos nacionalistas, aderindo à liderança do Reino da Sardenha, exceto entre os seguidores de Mazzini e outros democratas, que continuaram a acreditar na revolução popular, como Giuseppe Garibaldi. Em 1859, Cavour, com a garantia do apoio militar francês numa guerra contra a Áustria e com o apoio da Sociedade Nacional Italiana, uma coligação de nacionalistas não-Mazzinianos, provocou o conflito, que passou a ser conhecido como a Segunda Guerra de Independência. Como resultado, a Áustria foi forçada a ceder a Lombardia ao Reino da Sardenha-Piemonte.
Cabe fazer referência à Batalha de Palestro, talvez a primeira vitória real do exército da Sardenha-Piemonte contra o Império Austríaco. Este combate emocionante, que terminou com uma ação direta e arriscada do próprio rei Vittorio Emanuele II, levou os exércitos aliados franco-piemonteses a entrar em Milão, Magenta e finalmente chegar às alturas de San Martino e Solferino, onde no final de junho de 1859, a Segunda Guerra de Independência italiana encontrou o seu epílogo.
É claro que a França, liderada por Napoleão III, na aliança, também recebeu compensações: Nice e Saboia, incorporadas definitivamente ao território francês, bem como o compromisso de não atacar Roma, sede da Igreja Católica.

Vittorio Emanuele II, rei da Sardenha-Piemonte, durante a Batalha de Palestro, em 31 de maio de 1859, na qual os austríacos foram derrotados, abrindo definitivamente o caminho para a unificação italiana; o nome da obra é Vittorio Emanuele II e gli zuavi a Palestro (Vittorio Emanuele II e os Zouaves em Palestro), pintada por Luigi Norfini, em 1863; Zouaves eram membros das tropas que lutavam pela França, inicialmente compostas de árabes e berberes do norte da África, mas que foram substituídos por franceses, que, no entanto, mativeram a vestimenta oriental, de nítida influência dos janízaros turcos: uma jaqueta curta de tecido de cor azul escuro, bordada com trança de lã vermelha, sob a qual colocavam um colete com cinco botões; no verão, eles usavam calças curtas de harém brancas, no inverno, vermelho longo, costuradas com um tecido mais denso; usavam perneiras nos pés, nas quais, às vezes, botões e borlas eram costurados como enfeites. Como touca, os zouaves usavam um fez vermelho com uma borla azul. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Mas o esforço para a unificação da península ainda não estava terminado. Uma série de convulsões nos estados da Itália central derrubou os governantes, e uma campanha bem-sucedida no sul da Itália por Garibaldi e seus Mil, conhecidos como Camicie Rosse (Camisas Vermelhas), que vai desde o desembarque em Masala, no oeste da Sicília, em 11 de maio de 1860, até a Batalha de Volturno, quando as tropas de Francisco II, soberano do Reino das Duas Sicílias, foram derrotadas em 2 de outubro do mesmo ano, destituiu os Bourbons.
Em 26 de outubro de 1860, terminou a expedição dos Mil, quando Giuseppe Garibaldi foi detido em Teano (ou Vairano Patenora) por Vittorio Emanuele II. O rei da Sardenha temia que Garibaldi chegasse a Roma levando a uma possível intervenção de Napoleão III e comprometendo as conquistas feitas nas regiões do sul. Garibaldi entregou as regiões conquistadas a Vittorio Emanuele II e retirou-se para Caprera, uma ilha no norte da Sardenha, após ter conseguido que os voluntários de Garibaldi passassem a fazer parte do exército regular do Reino da Itália.

Garibaldi a cavalo, com sua indefectível camisa vermelha; reconstrução em tamanho real da litografia preservada por Garibaldi em Caprera (fibra de vidro, lã e couro), 2011. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Reprodução de casa de Garibaldi, na ilha Caprera, norte da Sardenha, inspirada na arquitetura uruguaia, local para o qual o general popular se recolheu, após entregar a região sul da Itália, tomada dos Bourbons, soberanos do Reino das Duas Sicílias, a Vittorio Emanuele II, futuro rei da Itália; litografia de Claudio Perrin, Turim, 1864, Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Representação realística do encontro de Giuseppe Garibaldi, à esquerda, com o rei Vittorio Emanuele II, rei da Sardenha, em Teano, quando o "Heroi dos Dois Mundos", tencionava se dirigir a Roma, então sede da Igreja Católica, tomando-a para uni-la à Itália, desalojando o Papa Pio IX; Vittorio Emanuele II o demove da empresa, fazendo com que ele lhe entregue todos os territórios conquistados no sul da Itália e se recolha a seu retiro, na Ilha Caprera, norte da Sardenha; litografia, segunda metade do século XIX. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Comemoração de Anita Garibaldi, em 1859, aos dez anos da sua morte, depois da queda da República Romana; óleo sobre tela, 1907-1910, obra de Erulo Eroli; Anita era brasileira, primeira esposa de Giuseppe Garibaldi, falecida em 4 de agosto de 1849, em Mandriole di Ravena, Italia, durante a campanha de 1849; na pintura, vê-se Garibaldi recebendo uma coroa de flores de uma criança; em 22/09/1859, ao voltar de seu longo exílio, Giuseppe Garibaldi foi a Mandriole, acompanhado dos seus filhos, e desenterrou os restos mortais de Anita; em seguida, organizou um cortejo fúnebre para o seu sepultamento em Nizza, cidade natal de Garibaldi, pertencente à época ao Reino da Sardenha (hoje Nice, França). Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Assim, em 12 de março de 1861, o Reino da Itália foi proclamado em Turim (capital do Reino da Sardenha-Piemonte) por um parlamento no qual se sentaram representantes eleitos de todas as partes da Itália, exceto Venécia (as regiões de Vêneto e Friul-Veneza Júlia), que permaneceu sob domínio austríaco até 1866, quando foi anexada após a Terceira Guerra de Independência, na qual lutou o príncipe herdeiro da Itália, Umberto di Saboia, futuro Umberto I da Itália, como comandante da 16ª Divisão de Exército, na Batalha de Custoza, e a cidade de Roma, sob controle papal até 1870. Em 1870, os objetivos do Risorgimento político foram alcançados, mas muitos italianos, entre eles Mazzini e seus seguidores, ainda buscavam o verdadeiro Risorgimento, ou renascimento do povo italiano.

Fotografia de Umberto I, rei da Itália, último quarto do século XIX; ainda como príncipe herdeiro, Umberto di Savoia lutou nas Segunda e Terceira Guerras de Independência, tendo, nesta última, comandado a 16ª Divisão de Infantaria do Exército da Itália na Batalha de Custoza. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
Umberto di Savoia, ainda como príncipe herdeiro do trono da Italia, casou com Margherita di Savoia, em 22 de abril de 1868.
Reza a lenda que a Pizza Margherita foi criada em sua homenagem: em junho de 1889, para homenagear Margherita di Savoia, rainha da Itália, o chefe Raffaele Esposito inventou um prato que chamou de Pizza Margherita, onde os condimentos salgados que encontrou, tomate, muçarela e manjericão, representavam as cores da bandeira italiana.

Fotografia de Margherita di Savoia, rainha da Itália, último quarto do século XIX (na dedicatória vê-se 1876). Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.

Retrato de Margherita, Rainha da Itália, que serviu de inspiração para criação da Pizza Margherita, tendo como recheio tomate (vermelho), muçarela (branco) e manjericão (verde), representando as cores da bandeira italiana. Museo Nazionale del Risorgimento Italiano, Palazzo Carignano, Via Accademia delle Scienze, 5, Turim, capital da Região do Piemonte, Itália.
No próximo post, vamos para Venaria Reale, Área Metropolitana de Turim.
Fontes:
Wikipedia;
Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.
https://www.ohio.edu/chastain/rz/risorgim.htm - Emiliana P. Noether
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